Análise | A educação e o futuro do país na mira

 Gestão de Bolsonaro marca retrocessos na Educação brasileira

O MEC [Ministério da Educação] é o responsável por articular, junto aos governos estaduais e municipais, a implementação do Plano Nacional de Educação (PNE). Havia uma secretaria, a Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino (Sase), que era responsável por garantir que o PNE saísse do papel. Uma das poucas iniciativas do governo Bolsonaro foi extinguir a Sase em 2019. O recado era claro: o PNE, que havia sido construído com ampla participação, seria abandonado. Grande parte dos estados e municípios seguiram essa mesma orientação e também têm abandonado seus planos.

Em 2014, a ex-presidenta Dilma Rousseff sancionou a lei que instituiu o PNE. Até o ano de 2024, o Brasil havia assumido o compromisso com o cumprimento de 20 metas que tinham como objetivo ampliar a garantia do direito à educação.

Outros retrocessos acompanham o abandono do PNE: a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem sido impulsionada por meio do Programa Nacional do Livro Didático. Os últimos editais têm submetido a produção de material didático à estreiteza da concepção da base, tolhendo a autonomia das redes de ensino e das escolas. O mesmo pode se dizer em relação à Política Nacional de Alfabetização, que resgata de um passado remoto o método fônico, desconsiderando décadas de pesquisas e de práticas escolares que fizeram avançar consideravelmente a alfabetização no país. O que dizer então do Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares? As inúmeras denúncias de abusos e violações de direitos de adolescentes apenas corroboram a avaliação que especialistas da área têm feito, de que se trata de um modelo de gestão destinado ao fracasso.

E mais: nos últimos anos, o orçamento destinado pelo governo federal às universidades, isto é, o total de recursos para a manutenção das universidades federais, só vem caindo. Para as 69 Universidades Federais, o total destinado era de 9,7 bilhões de reais em 2016. Para este ano de 2021, o valor previsto é de pouco mais de 4,6 bilhões de reais. Uma queda de 19,18% em relação a 2020 e de 51,46% em relação a 2016.

Essa redução no volume de recursos investidos na educação compromete o atendimento da população que faz uso dos serviços prestados pela universidade, prejudica as condições necessárias para que professores possam ensinar e estudantes, aprender. Além de ficar inviável a continuidade de pesquisas que podem trazer benefícios para toda a sociedade. Por isso, hoje, a defesa da universidade e da educação é uma luta de toda a sociedade.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Agronegócio quer derrubar proibição do paraquate, agrotóxico que pode causar Parkinson e câncer

Copa do Nordeste 2023: Bahia e Atlético de Alagoinhas são derrotados. Confira

STF volta a julgar porte de maconha em agosto

Pernambucano 2023: Sport e Petrolina abrem as semifinais nesta tarde

Sisu: prazo para matrícula e inscrição na lista de espera termina nesta terça (8)

“Se não fosse o SUS...”: documentário fala sobre a saúde pública atuando contra a pandemia

Libertadores 2022: Fluminense vence o Olimpia e abre boa vantagem para a partida de volta, no Paraguai

Enchentes em SP: Ermelino Matarazzo vai à Justiça por tratamento igual ao de bairro rico

General da reserva é alvo da 'Lesa Pátria', mas nega à PF participação em atos golpistas

Lewandowski pede que PGR se manifeste sobre acusações de Tacla Duran contra Moro