Julgamento sobre piso da enfermagem é suspenso no STF após pedido de Gilmar Mendes

 Pedido de vistas do ministro adiou em até 90 dias decisão do Plenário. Barroso e Fachin já votaram favoravelmente

Ministro pediu mais tempo para analisar implementação do Piso Salarial. Regra, entretanto, continua válida conforme decisão de Barroso - SCO/STF

O julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a lei que instituiu o Piso Nacional da Enfermagem foi suspenso por um pedido de vistas pelo ministro Gilmar Mendes, realizado na noite de quarta-feira (24). A regra que estabelece o piso, entretanto, segue válida.

Mendes, agora, tem 90 dias para se manifestar sobre o tema. Caso esse prazo se esgote, o julgamento volta a ser liberado aos demais ministros.

O julgamento diz respeito a uma liminar concedida por Luis Roberto Barroso no último dia 15 que liberou a implementação do piso. A decisão temporária foi tomada após o Congresso Nacional aprovar regras que garantiam recursos para a implementação do piso. O julgamento é realizado no Plenário Virtual do Supremo e, caso Mendes não houvesse pedido mais tempo, seria encerrado na sexta-feira.

Até o momento, há dois votos favoráveis pela manutenção do piso. Além do próprio Barroso, o ministro Edson Fachin votou pelo reconhecimento da legislação que impõe um patamar mínimo para os profissionais da enfermagem. Há divergências, entretanto, nos dois votos.

Barroso estipulou que o piso é garantido para profissionais da enfermagem no nível federal. Nos âmbitos estadual e municipal, o aumento foi condicionado ao recebimento de recursos federais. Já na esfera privada, Barroso considerou ser possível que acordos coletivos de trabalho flexibilizem o patamar mínimo. Fachin, por sua vez, votou pela aplicação integral da lei, sem distinções ou condicionantes. Até o julgamento pelo Plenário ser finalizado, é válida a liminar concedida por Barroso.

Defesa do piso

Os pontos criados pelo relator são alvos de crítica da Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE). A entidade sindical lamenta também o pedido de Mendes que levou à suspensão do julgamento - prolongando ainda mais a não definição sobre estes detalhes.

Além disso, a FNE tem orientado a categoria e suas entidades filiadas a tomarem medidas práticas imediatas. Em relação a trabalhadores das redes estaduais e municipais, a ideia é monitorar o fluxo de recursos federais. Já para o setor privado, a entidade defende que não se abra mão do piso em negociações.

"Ele [Barroso] abre espaço para que haja pressão dos hospitais. Os sindicatos vão manter o posicionamento de não aceitar alterações em acordos ou convenções. Se a categoria buscar o sindicato para que haja redução, vamos debater no chão das assembleias", diz Shirley Morales, vice-presidenta da FNE. "Não tendo alteração, o piso [no setor privado] vale já para o salário de julho", complementa.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Secretário da Defesa viaja 60 vezes e bate recorde de uso de verba com passagens: R$ 527 mil

Baianão 2022: Vitória só empata e beneficia Barcelona de Ilhéus. Jacupa é goleado pelo Bahia e acaba a invencibilidade. Confira

Série B: Cruzeiro empata e continua próximo à zona da degola. Brusque vence e sai do Z4. Vitória só empata e continua no desespero. Ponte perde e continua perigando

Caso Marielle e Anderson: leia o depoimento de Élcio Queiroz com o relato do dia do assassinato

Chuva no litoral norte de SP: saiba como ajudar as famílias desabrigadas

Série D: em partida de ida pelas semifinais, Goleiro pega pênalti e Campinense arranca empate com Atlético-CE

Copa Verde 2023: hoje se decide os finalistas.

Guerra na Ucrânia faz preço do ouro subir e estimula retomada de garimpo ilegal no Pará

Ditadura nunca mais!

Tacla Duran acusa Moro e Dallagnol de corrupção, e denúncia vai ao STF; entenda o caso