Após declaração de guerra por Israel, número de mortes se aproxima da casa dos milhares
Na presidência do Conselho de Segurança da ONU, Brasil convoca reunião emergencial para este domingo
O fim de semana foi de terror para as populações e famílias que vivem na Palestina, após Israel declarar guerra contra o Hamas, grupo político militar que atua principalmente na Faixa de Gaza. Segundo informações da imprensa internacional, o total de mortes se aproxima de 1 mil, em menos de 48 horas de conflito.
De acordo com a agência de notícias árabe, Al Jazeera, o Ministério da Saúde da Palestina informou que pelo menos 370 pessoas morreram na Faixa de Gaza e mais de 2 mil foram feridas. Do outro lado, a mídia israelense relata pelo menos 600 óbitos e quase 2 mil feridos, incluindo 44 soldados.
Neste domingo (8), o governo israelense oficializou o estado de guerra. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que o cenário foi “imposto a Israel” após ataques coordenados pelo Hamas no sábado (7). Relatos de jornalistas da Al Jazeera que estão na Faixa de Gaza informam que civis têm arriscado a própria vida para salvar pessoas presas em escombros deixados por bombardeios de Israel.
A explosões na região se intensificaram e ataques em outros locais do território em disputa histórica também foram registrados. Agências internacionais relatam ocorrências no norte, controlado pelos israelenses. Os bombardeios foram reivindicados pelo grupo armado Hezbollah.
Entenda
As forças armadas israelense realizaram um bombardeio contra a Palestina no sábado (7), que deixou centenas de pessoas mortas. O ataque aconteceu horas após uma ofensiva do Hamas contra o país judeu, que teria deixado 40 mortos.
As bombas de Israel atingiram um hospital na região norte da Faixa de Gaza, causando a morte de um enfermeiro e ferindo diversos pacientes. Imagens que circulam na internet mostram edifícios destruídos na Palestina após o ataque.
Segundo um alto comandante militar do Hamas, 5 mil foguetes foram lançados, no que já é considerado a maior ofensiva do grupo contra Israel. Após o início dos ataques, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, afirmou que o povo tem o direito de se defender contra o “terror dos colonos e das tropas de ocupação”.
ONU
O Brasil, membro rotativo que preside o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) até o fim de outubro, convocou uma reunião emergencial para a tarde deste domingo. Em nota, o Ministério de Relações Exteriores condenou “a série de bombardeios e ataques terrestres” e expressou condolências aos familiares das vítimas do conflito.
“Ao reiterar que não há justificativa para o recurso à violência, sobretudo contra civis, o governo brasileiro exorta todas as partes a exercerem máxima contenção a fim de evitar a escalada da situação”. Ainda de acordo com o texto, “O Brasil lamenta que em 2023, ano do 30º aniversário dos Acordos de Paz de Oslo, se observe uma deterioração grave e crescente da situação securitária entre Israel e Palestina”.
A nota reafirma ainda o compromisso do governo brasileiro “com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas”. Para o Itamaraty, a retomada das discussões para a paz é urgente. “A mera gestão do conflito não constitui alternativa viável para o encaminhamento da questão israel-palestina.”
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