Dificuldade para acessar Foz do Rio Amazonas em caso de tragédia motivou veto do Ibama
Deslocamento de equipes de socorro poderiam durar até 43 horas, de acordo com cálculos do órgão
Na nota técnica que vetou a exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas, pela Petrobrás, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) justificou que em caso de eventual tragédia no local, o socorro poderia demorar 43 horas para chegar.
No pedido que enviou ao Ibama, a Petrobrás havia se comprometido a manter helicópteros e embarcações disponíveis para a plataforma, que serviriam de apoio em caso de tragédia.
No entanto, o Ibama ponderou que o socorro partiria da base de operações, em Belém (PA), a 830 quilômetros do local de exploração. De acordo com o órgão, esse deslocamento seria fatal em caso de vazamentos, por exemplo.
“Mesmo nas melhores condições meteoceanográficas, o plano apresenta tempos de deslocamento de equipamentos e pessoal excessivos, tornando improvável o atendimento adequado a uma ocorrência com vazamento de óleo”, ponderou Rodrigo Agostinho, na nota técnica.
Ainda de acordo com o despacho assinado por Agostinho, o plano de socorro apresentado pela Petrobrás é “inferior às práticas adotadas pela própria companhia em outras regiões do litoral —o que seria um contrassenso em uma nova fronteira com ativos ambientais de alta vulnerabilidade.”
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