Em declaração com Maduro, Lula condena sanções e se oferece para mediar diálogos com oposição

 Presidentes assinaram acordos de cooperação após reunião que marcou restabelecimento pleno de relações diplomáticas

Lula e Maduro firmaram acordos nesta terça-feira (30) - Prensa presidencial

Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assinaram nesta terça-feira (30) acordos na área de cooperação, agricultura e uma declaração conjunta contendo diversos pontos sobre as relações entre os países.

No documento, os mandatários voltaram a condenar as "medidas coercitivas unilaterais aplicadas contra países soberanos" e "ressaltaram que, no caso da Venezuela, essas medidas cobram um alto preço ao povo do país, prejudicando a estabilidade, o desenvolvimento, a paz social e o diálogo político".

Lula ainda incentivou a reativação dos diálogos entre governo e oposição da Venezuela, paralisados desde outubro do ano passado, e ofereceu o Brasil para mediar as negociações. "[O presidente] reafirmou a disposição de seu Governo de facilitar o entendimento entre as forças políticas venezuelanas", diz o documento.

O presidente brasileiro ainda mencionou "a importância da implementação do acordo social e humanitário adotado pelas forças venezuelanas em novembro passado e a necessidade de os recursos venezuelanos congelados no exterior serem liberados".

Na última rodada de diálogos que ocorreu no México, a oposição havia se comprometido a liberar mais de US$ 3 bilhões que pertencem ao Estado venezuelano, mas que estão bloqueados no exterior. Os recursos seriam destinados a um fundo de investimentos em setores sociais que seria gerido pela ONU. O governo venezuelano, no entanto, denuncia que a oposição não cumpriu o acordo e os recursos seguem congelados.

Yanomami e Amazônia

Ainda segundo o documento, os presidentes citaram a situação de emergência vivida pelo povo Yanomami na fronteira entre os dois países e falaram em combater a "grilagem ilegal nos territórios fronteiriços".

Eles ainda "reconheceram a necessidade de implementar ações focadas na vacinação das populações localizadas na faixa de fronteira, e de aprofundar a discussão sobre saúde nessa região, com ênfase na situação emergencial dos povos Yanomami".

Maduro e Lula também sinalizaram os avanços para a realização de uma cúpula da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), "mecanismo com importância histórica para atender as condições da região amazônica e que deve ser priorizado para o desenvolvimento de projetos conjuntos dos países amazônicos".

A reunião deve ocorrer na cidade de Belém, capital do Pará, nos dias 8 e 9 de agosto.

Acordos de cooperação e alimentação

Dois acordos também foram firmados por Lula e Maduro nesta terça-feira. O primeiro prevê a criação de um mecanismos para supervisionar o andamento dos projetos de cooperação entre os países e será encabeçado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC).

Já o segundo diz respeito à parcerias na área alimentar e é mais direto ao afirmar que ambos os países poderão levar a cabo projetos nas áreas de "desenvolvimento da produção familiar, urbana, periurbana e comunal", "produção primária em setores estratégicos [como] milho, mandioca, café, cana de açúcar, cítricos, bananas e outros", "produção de soja" e "produção de sementes de alto valor estratégico".

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