Lula chega ao Japão para agenda intensa em defesa do multilateralismo

 Eixos definidos pelo país anfitrião são fortalecer vínculo com o Sul Global e defender a ordem internacional

Lula tem sete encontros bilaterais previstos em Hiroshima, além das reuniões de trabalho oficiais da cúpula do G7

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou nesta quinta-feira (18) em Hiroshima, no Japão, para participar da cúpula estendida do G7, grupo que reúne sete das dez principais economias do mundo. Em sua sétima participação, ele terá três sessões de trabalho temáticas e pelo menos sete encontros bilaterais.

O líder brasileiro deve fazer uma defesa do multilateralismo, com discursos sobre economia, clima e paz. Segundo um estudo da Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgado na última quarta-feira (17), os próximos cinco anos devem ser de um calor sem precedentes, com 98% de risco de a maior temperatura média anual da história recente ser registrada até 2027. Em pelo menos um desses anos, os termômetros devem ficar 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

Outro objetivo do presidente é que a declaração final do encontro esteja focada em garantir segurança alimentar, principalmente entre as nações mais pobres do mundo, e não se transforme num ataque à Rússia pela guerra na Ucrânia.

Entre os líderes dos países do G7, Lula tem reuniões marcadas com o francês Emmanuel Macron, o alemão Olaf Scholz e o japonês Fumio Kishida. Entre os líderes de países que, como o Brasil, não integram o G7 mas participam como convidados, o presidente brasileiro vai se reunir com Anthony Albanese (Austrália), Joko Widodo (Indonésia) e Pham Minh Chinh (Vietnã), além do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.

Foi o japonês Kishida, na posição de presidente temporário do G7 e anfitrião do evento, quem convidou Lula, durante um telefonema no início de abril. Lula planeja tratar com ele de temas como a expansão dos fluxos bilaterais de comércio e investimentos, cooperação na área de descarbonização e a integração da comunidade brasileira no Japão, estimada em mais de 200 mil indivíduos. Em 2022, o comércio bilateral atingiu US$ 11,9 bilhões (R$ 59 bilhões), com superávit brasileiro de cerca de US$ 1,3 bilhão (R$ 6,45 bilhões).

Quanto às sessões de trabalho da cúpula, os temas serão: "Trabalhando juntos para enfrentar múltiplas crises"; "Esforços conjuntos para um planeta resiliente e sustentável"; e "Rumo a um mundo pacífico, estável e próspero".

Sul Global

Fortalecer o vínculo com o Sul Global e defender a ordem internacional são os eixos definidos para a reunião de cúpula pelo Japão. A aproximação com o Sul Global explica o convite a três países específicos do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo: Índia, atual presidente, Indonésia, que a antecedeu, e Brasil, que assume a presidência em dezembro próximo.

Homenagem

Na manhã de domingo, todos os chefes de delegação e cônjuges farão uma visita ao Parque Memorial da Paz de Hiroshima, em homenagem às vítimas da bomba atômica de Hiroshima, lançada pelos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, em 1945.

Empresários

No mesmo dia, o presidente Lula terá um encontro com um grupo de empresários japoneses e representantes do banco de financiamento JBIC. Participarão representantes dos conglomerados Mitsui, NEC, Nippon Steel e Toyota.

Com informações do Palácio do Planalto, Folha de S.Paulo e O Globo

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