Gilberto Gil é eleito imortal da Academia Brasileira de Letras

 Cantor e compositor baiano foi ministro da Cultura do Brasil nos dois mandatos do governo Lula, entre 2003 e 2008

Gil: "Obrigado a todos pela torcida e obrigado aos agora colegas de Academia pela escolha"                                                             

O músico baiano Gilberto Gil, de 79 anos, foi eleito por maioria absoluta para ocupar a cadeira de número 20 da Academia Brasileira de Letras (ABL), na última quinta-feira (11). Eleito com 21 votos, o artista é o segundo homem negro a ocupar uma cadeira na ABL, antes, o escritor e professor Domício Proença Filho foi presidente da Academia em 2016 e 2017. 

O mais novo imortal da ABL agradeceu nas redes sociais. "Muito feliz em ser eleito para a cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras. Obrigado a todos pela torcida e obrigado aos agora colegas de Academia pela escolha", escreveu Gil que foi ministro da Cultura do Brasil nos dois mandatos do governo Lula, entre 2003 e 2008.

Gilberto Gil é uma das figuras mais reconhecidas da cultura popular brasileira, autor de clássicos como "Refazenda", "Esotérico", "Expresso 2222", "Realce", "Divino Maravilhoso", e tantos outros. Em mais de 50 anos de carreira, foi premiado com nove Grammys e, em 1999, nomeado "Artista da Paz", pela Unesco. Em 2001, Gil recebeu o título embaixador da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Na disputa pela vaga na ABL também estavam o poeta Salgado Maranhão e o autor e crítico literário Ricardo Daunt. A cadeira número 20 ocupada pelo artista já pertenceu ao general Lyra Tavares, ministro do Exército Brasileiro que assinou o Al-5 em 1968, de repressão na ditadura militar. Antes de Gil, a cadeira era ocupada pelo jornalista Murilo Melo Filho, que faleceu em 2020.

No começo de novembro, Fernanda Montenegro, de 92 anos, também foi eleita para a Academia Brasileira de Letras com maioria absoluta. A atriz ocupa a cadeira de número de 17 da ABL.