Na véspera do 20 de novembro, Justiça retira punição de Brusque por racismo contra Celsinho

 Advogado relativizou o caso: “Cabelo dos funcionários do clube parece com o do Celsinho e eles não acham que é racismo"

Celsinho já sofreu injúrias raciais três vezes na atual edição da Série B - Londrina Esporte Clube / Divulgação                              

O pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu, nesta quinta-feira (18), devolver os três pontos à equipe do Brusque, de Santa Catarina, que haviam sido retirados como punição, por conta das declarações racistas de Júlio Antonio Petermann, dirigente do clube, em 26 de agosto deste ano, contra o jogador Celsinho, do Londrina.

A decisão acontece na véspera do Dia Internacional da Consciência Negra, que é respeitado em 20 de novembro. Durante a audiência, o advogado Brusque, Osvaldo Sestário, relativizou o racismo em diversos momentos.

“O cabelo dos funcionários do Brusque parece com o do Celsinho e eles não acham que é racismo”, afirmou Sestário.

“Cachopa eu não sabia o que era, nem o atleta disse que sabia. Cachopa de abelha pode ser uma ofensa, mas um jogador branco que tem um cabelo, vamos citar o David Luiz, ele pode ser chamado assim. Seria uma injúria racial? Atletas do Brusque têm cabelo similar ao do Celsinho.”

O advogado de Celsinho rebateu. “Esse comentário do advogado do Brusque de que ele não é racista, mas tem até um amigo neguinho. Até quando aceitaremos isso? O advogado – um homem branco - disse que sabe o que o Celsinho está sentindo. Sabe mesmo? Será que sabe?”, perguntou.

Com a devolução dos pontos, o Brusque salta para 44 pontos, fica em 14º, à frente do Londrina, e pode escapar do rebaixamento à Série C. A equipe catarinense receberá, na próxima sexta-feira (19), o Operário, do Mato Grosso, e pode sacramentar sua permanência na Série B.

O caso

No dia 26 de agosto deste ano, o Londrina enfrentava o Brusque em Santa Catarina. A partida foi paralisada aos 45 minutos do 1º Tempo, quando Celsinho reclamou que havia sido ofendido por Julio Antônio Petermann, diretor do Brusque.

Da arquibancada, Petermann gritou para Celsinho. “Vai cortar esse cabelo, seu cachopa de abelha”. O caso foi registrado na súmula do jogo e o Brusque divulgou uma nota infeliz, no dia seguinte.

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