Steve Bannon, aliado de Bolsonaro e Trump, se entrega ao FBI e é preso nos EUA

 Ex-conselheiro de Trump foi detido por descumprir ordem de comissão parlamentar que investiga a invasão ao Capitólio

Bannon mantém laços estreitos com a família Bolsonaro, especialmente com o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) - Reprodução                     

Steve Bannon, aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ex-presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, se entregou ao FBI nesta segunda-feira (15) e foi preso. O estrategista político é acusado criminalmente de ter desobedecido ordem do comitê legislativo que investiga a invasão do Congresso dos EUA, em janeiro.

Bannon foi denunciado duas vezes por desacato na sexta-feira: por se recusar a comparecer para depor e por se recusar a fornecer documentos em resposta a uma intimação da comissão. "Estamos derrubando o regime de Biden, eu quero que vocês fiquem focados, isso é só ruído", ele disse antes de se entregar.

Em outubro, a Câmara dos Representantes, de maioria democrata, aprovou uma resolução contra Bannon com 229 votos a favor - nove deles de republicanos - e 202 contra, pedindo ao Departamento de Justiça que tomasse providências contra o ex-estrategista de Trump.

A comissão de investigação quer que Bannon deponha por acreditar que "tinha algum conhecimento prévio dos acontecimentos extremos que aconteceram" em 6 de janeiro, quando Trump incentivou uma insurreição no momento em que o Congresso se reunia para ratificar a vitória eleitoral do agora presidente Joe Biden. O protesto logo se transformou numa tentativa de golpe contra o Legislativo.

Invasão ao Capitólio

A turba de apoiadores do republicano acabou invadindo e depredando o Capitólio, interrompendo o processo que oficializava a vitória de Biden nas eleições - e a derrota de Trump. Cinco pessoas morreram no episódio.

Os legisladores baseiam as suas suspeitas contra Bannon em declarações que o ultradireitista fez em seu podcast na véspera do ataque ao Capitólio por centenas de apoiadores radicais do ex-presidente.

"Será que o caos se vai instalar amanhã? Muitas pessoas me disseram: 'Se houvesse uma revolução, seria em Washington'. Bem, este vai ser o momento de vocês na história", disse Bannon aos seguidores.

Bannon, que não quer depor ao Congresso, se amparou em uma ação judicial apresentada por Trump para impedir que certos documentos relacionados com os acontecimentos ocorridos sejam revelados, pedindo ao comitê que adie o seu comparecimento até que a justiça decida, o que foi rejeitado.

Em 2016, Bannon foi apontado como um dos estrategistas-chave da avalanche de boatos e mentiras que turbinaram a bem-sucedida campanha de Trump, fomentando rancor de setores do eleitorado conservador em questões como imigração.

Bannon, um ex-executivo dos setores bancário e de mídia que já comandou o site de ultradireita Breitbart News, também mantém laços estreitos com a família Bolsonaro, especialmente com o deputado de extrema direita Eduardo Bolsonaro, que costuma elogiar o americano. Bannon já prestou várias consultorias informais ao clã brasileiro e anunciou apoio a Jair Bolsonaro antes do segundo turno das eleições de 2018.

Ele ainda riou um projeto internacional chamado "O Movimento", para aproximar líderes populistas de direita e extremistas pelo mundo. O deputado Eduardo Bolsonaro é o representante do grupo no Brasil.

Ele ainda mantém relações com o ideólogo ultraconservador Olavo de Carvalho, que exerce influência sobre os filhos do presidente Jair Bolsonaro.

Bannon chegou a ser preso em agosto de 2020 sob a acusação de desviar dinheiro de uma campanha de apoio à construção de um muro entre os Estados Unidos e o México – que havia sido uma das promessas da campanha de Trump em 2016. Ele acabou sendo solto após pagar fiança de US$ 5 milhões.

Em novembro do mesmo ano, ele ainda teve sua conta no Twitter excluída por "glorificação da violência" ao escrever que Anthony Fauci — principal especialistas em doenças infecciosas dos EUA — e o diretor do FBI Christopher Wray deveriam ser decapitados.

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