Criticado, demitido e expulso: o que aconteceu na vida de Maurício Souza após homofobia

 Minas Tênis Clube anuncia rescisão do contrato com o central, que agora terá que buscar outra equipe para jogar

Maurício Souza não é mais jogador da seleção brasileira de vôlei - Foto: CBV

Na tarde desta quarta-feira (27), o Minas Tênis Clube anunciou a demissão do central Maurício Souza. A rescisão ocorreu após as declaracões homofóbicas do atleta. O clube aguardava que o esportista se retratasse e fizesse uma declaração pública imediata, o que ocorreu, mas com ironia.

“Vim aqui para pedir desculpas a todos que se sentiram ofendidos com a minha opinião, por eu defender aquilo que eu acredito. Não foi a minha intenção. Assim como vocês defendem o que vocês acreditam, eu também tenho o direito de defender o que eu acredito”, afirmou o atleta, nesta manhã.

A direção do clube, pressionada por patrocinadores, torcedores e mídia esportiva, decidiu demitir Souza. Em suas redes sociais, no dia 12 de outubro, Souza criticou o anúncio, feito pela DC Comics, de que o novo Super-Homem, filho de Clark Kent, se descobrirá bissexual nas próximas edições da história em quadrinhos.

“Ah é só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar”, publicou Souza, em suas contas nas redes sociais. A publicação foi repercutida por diversos bolsonaristas, entre eles, o filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Entre os jogadores de vôlei, a declaração foi mal recebida. O ponteiro da seleção brasileira, Douglas Souza, que faz parte da comunidade LGBTQIA+, repudiou a declaração. “Homofobia é crime, não é opinião.”

Ainda nas redes sociais, atletas do vôlei apoiaram Douglas Souza e criticaram Maurício Souza, como Gabi Guimarães, Carol Gataz, Erika Coimbra, Fabi Alvim e Sheilla Castro. Ato contínuo, os patrocinadores do Minas Tênis Clubes pressionaram a entidade a tomar atitudes contra o central.

A Gerdau, uma das empresas que financia a equipe, exigiu a demissão de Souza. “Entendemos a necessidade de remoção dos conteúdos recentemente divulgados pelo atleta. A Gerdau aguarda o cumprimento dessas iniciativas. A empresa reforça seu compromisso com a diversidade e a inclusão, um valor inegociável para a companhia e, ainda, que repudia qualquer tipo de manifestação de cunho preconceituoso e homofóbico”, informou, em nota, a empresa.


Maurício Souza com Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro, em encontro no Palácio do Planalto / Foto: Reprodução/Instagram

Ao vivo, na Rede Globo, o ex-jogador Walter Casagrande foi ainda mais contundente nas críticas à Maurício Souza. 

“Eu não me surpreendo, porque esse cara é homofóbico, é um cara que foi mau caráter comigo. Parabéns a todos os atletas que se posicionaram. Esse cara, Mauricio Souza, é um homofóbico, preconceituoso, possivelmente racista, covarde e mau caráter.”

A pá de cal veio nesta tarde. O técnico da seleção brasileira de vôlei, Renan dal Zotto, fechou as portas da equipe para Souza.

“Fiquei decepcionado. É inadmissível este tipo de conduta do Maurício e eu sou radicalmente contra qualquer tipo de preconceito, homofobia, racismo. Em se tratando de seleção brasileira, não tem espaço para profissionais homofóbicos. Acima de tudo preciso ter um time e não posso ter este tipo de polêmica no grupo.”

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