Após chamar Barros de “tucunaré”, Aziz diz que deputado “mama em onça”

 Senador criticou o envolvimento do parlamentar com negociações do governo para a compra de vacinas contra Covid-19

Após chamar o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), de “tucunaré“, o presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que o deputado “mama em onça”. O senador criticou o envolvimento do parlamentar com as negociações de vacinas contra Covid-19 ao Ministério da Saúde.

Barros tem relações com duas empresas que intermediaram a venda dos imunizantes ao governo federal: a Precisa Medicamentos, representante da Covaxin, e a Belcher Farmacêutica, que tentou vender a Convidencia.

Aziz lembrou que o nome de Barros teria sido citado como suposto envolvido nas tratativas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em conversa com o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, que relatou ter sofrido “pressões atípicas” para agilizar a compra da Covaxin.

Segundo o presidente da CPI, mesmo após o alerta de Bolsonaro, Barros insistiu em atuar nas negociações de outras empresas. O deputado, inclusive, agendou reunião com o Ministério da Saúde para apresentar a Belcher, sediada em Maringá (PR) — reduto eleitoral do deputado.

“Mesmo alertado pelo presidente, o deputado continuou operando dentro do governo, como se nada tivesse acontecido. Na minha região, um cabra quando tem essa coragem, a gente fala: ‘Esse aí tem coragem de mamar em onça’. O deputado Ricardo Barros, além de ser um tucunarezão (sic), ainda tem coragem de mamar em onça”, ironizou Aziz.

Em depoimento à CPI da Covid-19, o empresário Emanuel Catori, representante da Belcher Farmacêutica, confirmou que a empresa foi levada ao Ministério da Saúde pelo líder do governo.

De acordo com o sócio da companhia, coube a Barros marcar uma reunião no gabinete do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Em oitiva à comissão, o deputado defendeu que se tratava de audiência para apresentação de medicamento antiviral para uso em pacientes hospitalizados com Covid-19.

“Não participei de nenhuma reunião para tratar disso, até porque não fui solicitado e porque, eventualmente, não havia ainda a necessidade de ajudar a tramitação, porque, que eu saiba, houve o pedido do ministério para a compra das doses, o que foi interrompido justamente pelo descredenciamento do laboratório”, disse o líder do governo em depoimento, ocorrido em 12 de agosto.

A Belcher, no entanto, também tentou vender ao ministério doses da vacina chinesa Convidencia, produzida pelo laboratório CanSino. Na avaliação do relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), Barros agiu como “facilitador político” para destravar as negociações entre a farmacêutica e o governo federal.

Na comissão, Catori defendeu que “a Belcher não firmou contratou algum com o Ministério da Saúde”. “Nem mesmo trocou minuta contratual de qualquer natureza. De fato, os órgãos apenas emitiram uma carta de intenção não vinculativa e com condicionantes, a exemplo da autorização regulatória junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, explicou.

Segundo o depoente, apesar de Queiroga ter informado, em depoimento ao colegiado, a possibilidade da compra da vacina, o negócio nunca andou. “Após a emissão da carta de intenção, nem sequer houve a primeira rodada comercial entre as partes. Não houve nenhuma interface perante ao órgão ministerial”, disse.

Catori reiterou que a representação formal firmada pela Belcher junto à CanSino iniciou-se em 19 de abril deste ano. O laboratório, contudo, decidiu, unilateralmente, revogar as credenciais da empresa brasileira em 10 de junho. Na ocasião, os chineses alegaram “razões de compliance”, segundo Catori.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Secretário da Defesa viaja 60 vezes e bate recorde de uso de verba com passagens: R$ 527 mil

Baianão 2022: Vitória só empata e beneficia Barcelona de Ilhéus. Jacupa é goleado pelo Bahia e acaba a invencibilidade. Confira

Série B: Cruzeiro empata e continua próximo à zona da degola. Brusque vence e sai do Z4. Vitória só empata e continua no desespero. Ponte perde e continua perigando

Caso Marielle e Anderson: leia o depoimento de Élcio Queiroz com o relato do dia do assassinato

Série D: em partida de ida pelas semifinais, Goleiro pega pênalti e Campinense arranca empate com Atlético-CE

Copa Verde 2023: hoje se decide os finalistas.

Guerra na Ucrânia faz preço do ouro subir e estimula retomada de garimpo ilegal no Pará

Ditadura nunca mais!

Para conter preço dos combustíveis, Senado aprova PL que cria auxílio e fundo de estabilização

MEI: primeira contribuição do ano vence quarta-feira (22), com novos valores: veja o que mudou