Mesmo com bloqueio pela Justiça, usuários conseguem acesso ao Telegram nesta quinta (27)
Medida foi determinada por falha dos proprietários em disponibilizar dados de integrantes de grupos neonazistas
Mesmo com bloqueio determinado pela Justiça Federal na quarta-feira (26), alguns usuários brasileiros conseguiam utilizar o aplicativo Telegram na manhã desta quinta (27). O sistema apresentava instabilidades, mas em alguns momentos foi possível enviar e receber mensagens.
O bloqueio foi determinado pela Justiça Federal no Espírito Santo depois que a empresa que administra o aplicativo deixou de entregar dados sobre grupos neonazistas que utilizam o serviço de mensagens. Os dados foram solicitados pelo judiciario no último dia 19.
A Justiça, na ocasião, deu 24 horas para que a empresa entregasse dados como nomes, CPFs, fotos e endereços dos integrantes de grupos em que eram publicadas mensagens de ódios contra pessoas judias. Em resposta, o Telegram informou que um dos grupos havia sido apagado, e que, por isso, não conseguiria fornecer as informações.
"A despeito da resposta dentro do prazo, as informações fornecidas não atendem à ordem judicial. Salienta-se que a determinação era para que o Telegram encaminhasse os dados cadastrais de todos os integrantes do canal e do grupo de chat", destacou a Polícia Federal.
Além do bloqueio das atividades, a decisão do juiz Wellington Lopes da Silva determinou a aplicação de multa de R$ 1 milhão por dia em caso de novo atraso na entrega dos dados solicitados pela Justiça, relativos a todos os integrantes dos grupos.
"Há grupamentos lá [no Telegram] denominados 'frente antissemita', 'movimento antissemita', atuando nessas redes e nós sabemos que isso está na base da violência contra nossas crianças e nossos adolescentes", disse o ministro da Justiça, Flávio Dino, ao comentar o caso logo após a confirmação do bloqueio.
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