Alexandre de Moraes vai compartilhar dados de investigação do STF com a CPI instalada no DF

 Deputado diz que STF já chegou a financiadores intermediários e que agora visa identificar os "grandes"

Alexandre de Moraes recebe deputados distritais no STF - Secom/TSE

Os membros da CPI dos atos antidemocráticos se encontraram nesta quarta-feira (29) com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e solicitaram o compartilhamento de informações sobre as investigações que ocorrem no âmbito da Corte.

De acordo com os deputados distritais, o ministro se comprometeu com o compartilhamento de informações, com exceção dos dados que tenham caráter estritamente sigiloso e designou um juiz auxiliar para entrar em contato com o procurador da Câmara Legislativa do DF (CLDF).

“O ministro foi muito solícito conosco. Conversamos com ele sobre a necessidade que temos de compartilhamento de alguns dados e da importância do trabalho que está sendo realizado pela CPI” afirmou deputado Chico Vigilante (PT), presidente da CPI. Vigilante destacou ainda a celeridade do Judiciário após a tentativa de golpe do dia 8, com a prisões e afastamentos dos envolvidos ou colaboradores.

O deputado Fábio Félix (PSOL) também participou da reunião e destacou que as investigações do STF já avançaram na identificação dos financiadores intermediários e que agora visa apurar a participação dos grandes financiadores e planejadores da operação. “Ele [Alexandre de Moraes] falou que muita gente foi instrumentalizada para os atos do dia 8, como por exemplo cerca de 50 pessoas em situação de rua que foram levadas e pagas para estarem aqui, sendo a maior parte delas de São Paulo”, informou o distrital.

“A Esplanada deveria estar fechada. Então essa é a pergunta que os inquéritos estão fazendo e que a CPI também precisa fazer para chegar aos responsáveis pela omissão, pelos equívocos no planejamento e pelos crimes na operação de segurança”, disse Félix. De acordo com distrital, o ministro explicou como ocorreram as prisões dos bolsonaristas e caracterizou que as manifestações antidemocráticas na frente dos quartéis já eram atribuídas como criminosas.

Alexandre de Moraes é o relator, no âmbito do STF, do processo que apura os atos antidemocráticos observados no DF, motivo pelo qual foi procurado pelos deputados da CPI. O pedido para o encontro foi do presidente da CPI Chico Vigilante. 

Nesta quinta (30), a comissão realiza nova reunião na CLDF, com a a oitiva do tenente-coronel da Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Henrique da Silva Pinto, que tentou alertas seus superiores sobre a possibilidade de invasão dos prédios em Brasília no dia 8 de janeiro.

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