Capitais cancelam festa de ano novo. O que a variante ômicron tem a ver com isso?

 Não há dados suficientes para analisar a variante ômicron, o que leva à necessidade de agir com prudência no fim do ano

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda há dúvidas sobre o real risco que a variante ômicron do novo coronavírus representa         

O Instituto Adolfo Lutz confirmou nesta terça-feira (30) dois resultados positivos para a variante ômicron do coronavírus no Brasil. O sequenciamento genético que apontou a variante foi feito pelo laboratório do hospital Albert Einstein. Os dois casos são de homem de 41 anos e uma mulher de 37, provenientes da África do Sul que desembarcaram em São Paulo.

Diante da incerteza dos riscos da nova variante pelo menos 10 capitais brasileiras não terão festa de Réveillon neste ano, segundo um levantamento feito pela CNN. Campo Grande, Fortaleza, Macapá, Belo Horizonte, Salvador, São Luís, João Pessoa, Palmas, Curitiba e Teresina. Somente Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Maceió, Natal e Manaus mantiveram as festas de final de ano. 

O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), afirmou que o momento “pede prudência e responsabilidade”, em sua conta no Twitter. “Temos enfrentado a pandemia com determinação. Com isso, diante do surgimento da nova variante do coronavírus, tomei a decisão de não realizarmos o Réveillon em São Luís. (...) A nossa principal missão é cuidar das pessoas”, publicou. 

Na mesma rede social, Bruno Reis (DEM), prefeito de Salvador, informou que “diante da chegada de uma nova variante do coronavírus e do aumento de casos na Europa” decidiu “cancelar o Virada Salvador desse ano”. Reis afirmou que sabe da “importância do evento para economia” do município, mas que a Prefeitura segue “colocando a vida das pessoas em primeiro lugar”. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda há dúvidas sobre o real risco que a variante ômicron do novo coronavírus, identificada pela primeira vez na Holanda, representa, mas a probabilidade de se propagar é elevada. "Dadas as mutações que poderiam conferir a capacidade de escapar de uma resposta imune e dar-lhe uma vantagem em termos de transmissibilidade, a probabilidade de que a ômicron se propague pelo mundo é elevada", afirma a organização.  

Para Hélio Bacha, médico do Hospital Albert Einstein e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), ainda existem poucos dados para observar a nova variante para poder afirmar com segurança sobre o risco. Por isso, de qualquer maneira, “o que é prudente é que aumentemos a vigilância”. 

“A prudência é agora até pra mantermos as nossas atividades, para mantermos algum grau de economia essencial funcionando. Quando a situação perde o controle, nós temos aí tem uma regressão importante”, afirma o infectologista citando como exemplo alguns países da Europa que estão vivendo a quarta onda da pandemia. 

“Nós temos uma variante e isso nos faz ver que ainda a guerra não acabou, a pandemia continua, com roupas novas, e o significado disso nós não sabemos. Nós temos que fazer um apelo para que as autoridades tenham mínimo de compreensão do momento em que vivemos”, afirma o médico. 

Bacha reconhece que a situação atual do país não é a mesma de meses anteriores, como março e abril, com a explosão do número de casos e mortes. “A nossa condição hoje não é a mesma do começo do ano. Nós podemos ter atividades, mas temos que ter limites dessas atividades para que possam continuar.” 

Na segunda-feira (29), o Brasil registrou 614.376 mortos e 22.084.749 infectados por covid-19 desde o começo da pandemia, em março de 2020. Nas últimas 24 horas, foram 3.843 novos casos e 98 mortos, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). A média móvel de óbitos é de 228, semelhante às médias registradas no fim de abril de 2020.  

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