Após tragédia na Bahia, chuvas intensas rumam ao Sudeste; 124 cidades estão em emergência em MG

 Nos próximos dias, o corredor de umidade deverá se deslocar para a grande Belo Horizonte e Rio de Janeiro

Ubaíra foi um dos municípios baianos mais atingidos pelos temporais que obrigaram 91.258 pessoas a deixar suas casas no estado               

Os fortes temporais que alagaram cidades inteiras no sul da Bahia ao longo deste último mês de 2021, com 24 mortes e 629 mil pessoas afetadas, estão se deslocando para as regiões do Centro e, principalmente, Sudeste do país. A situação deve se agravar nessas áreas nos próximos dias.  

O rastro do corredor de umidade já deixa marcas nos territórios de Tocantins, Goiás e mais de uma centena de municípios no norte de Minas Gerais, tais como Mato Verde, Rio Pardo de Minas e Porteirinha.  

Em Tocantins, ao menos 20 municípios estão em monitoramento pela Defesa Civil frente ao risco de transbordamento de rios. Comunidades quilombolas do interior de Goiás também sofrem com a chuva e, segundo o governo do estado goiano, 400 famílias de Cavalcante foram atingidas.  

As imagens de Salinas, uma das cidades mineiras mais afetadas, se espalharam pelas redes sociais, mostrando ruas que se transformaram em rios e salvamentos feitos de cima de jet ski e retroescavadeiras. 

Atuando na força-tarefa em Salinas, a Tenente Coronel Gracielle, coordenadora adjunta estadual da Defesa Civil em MG, atualizou os dados do estado. Desde outubro, seis pessoas morreram em consequência dos temporais em Minas Gerais.  

Atualmente 124 municípios mineiros estão em situação de emergência e 14.020 pessoas tiveram de deixar suas casas.  

As chuvas e os riscos no próximo período 

A expectativa é que o grande volume de chuvas não dê tréguas na virada de ano.  

Conforme explica o meteorologista Marcelo Seluchi, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), as áreas mais preocupantes estão agora no Sudeste. 

Os temporais devem atingir a grande Belo Horizonte, incluindo cidades históricas; o Rio de Janeiro, da capital carioca, passando pela região serrana e chegando ao litoral da Costa Verde; e, de forma menos crítica, São Paulo, abarcando a região metropolitana da capital paulista, Serra da Mantiqueira, Vale do Paraíba e litoral norte.  

De acordo com Seluchi há probabilidade de inundações e deslizamentos pontuais. Caso haja um acúmulo muito grande de água, é possível que ocorram problemas nas bacias hidrográficas mineiras dos rios Pomba e Muriaé.  

A boa notícia, segundo o Cemaden, é que com exceção do norte de Minas, a maior parte da região para o qual o corredor de umidade está se deslocando está com chuvas abaixo da média nos últimos 30 dias.  

“Isso deve ajudar um pouco porque os rios estão relativamente mais baixos e o solo não está tão úmido”, diz Seluchi. 

Esse é um dos fatores pelos quais o coordenador do Cemaden aponta que, apesar de o Sudeste ser altamente povoado e ter muita gente vivendo em áreas de risco, os efeitos das fortes chuvas não devem ter o mesmo impacto catastrófico que tiveram na Bahia. 

“Esperamos e torcemos para que não seja uma situação tão grave”, afirma.  

O atípico e o típico 

Apesar de uma incomum conjunção de fatores meteorológicos ter intensificado em grande medida as consequências das precipitações, trata-se de um período do ano sabidamente chuvoso nessas regiões do Brasil. 

Foi esse mesmo corredor de umidade – chamado de Zona de Convergência do Atlântico Sul – que causou as chuvas do desastre na região serrana carioca em 2011 e as inundações em Minas Gerais no começo de 2020.  

O presidente Jair Bolsonaro (PL), no entanto, está de férias em Santa Catarina. Menos de 24h depois de seu governo recusar apoio humanitário oferecido pela Argentina, Bolsonaro foi a uma que de diversões nessa quinta-feira (30).  

Lá, o presidente provocou aglomeração e fez manobras arrancando fumaça dos pneus de um carro da Hot Wheels em um espetáculo temático do parque Beto Carrero World.  


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