Vetos de Lula freiam recuos ambientais, mas retiram da Funai demarcações de terras indígenas

 Presidente vetou parcialmente proposta de reestruturação ministerial que desagradou ambientalistas e indígenas

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante o encerramento do Acampamento Terra Livre, em abril - Agência Brasil

O presidente Lula (PT) sancionou a lei que reestrutura a composição dos ministérios, mas vetou trechos que esvaziavam funções do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Entre os trechos vetados, estão aqueles que retiravam atribuições históricas e estratégicas da pasta de Marina Silva.

Lula definiu que permanecerão no Ministério do Meio Ambiente a Política Nacional de Recursos Hídricos, a Política Nacional de Segurança Hídrica e a gestão de recursos hídricos. Parlamentares do centrão queriam transferir essas atribuições ao Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional.

Mas a sanção presidencial manteve o esvaziamento do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) sobre o reconhecimento e a demarcação de terras indígenas. A atribuição fica com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, conforme queria o centrão no Congresso.  

Com isso, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), órgão vinculado ao Ministério dos Povos Indígenas, perde uma de suas funções estratégicas previstas na Constituição, que era encaminhar a demarcação de terras indígenas. 

Outro esvaziamento proposto pelo centrão e confirmado pela sanção do presidente Lula diz respeito ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), que saiu do Ministério do Meio Ambiente para o Ministério de Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.

A palavra final, porém, será do Congresso. Cabe a deputados e senadores reunidos em sessão conjunta decidirem se mantém ou derrubam os vetos de Lula. Para que um veto seja rejeitado é preciso o voto da maioria absoluta dos parlamentares de cada uma das Casas.

Justificativa de Lula e outros vetos 

“Em que pese a boa intenção do legislador, a proposição legislativa contraria o interesse público, pois a gestão das águas é tema central e transversal da política ambiental, da qual a água constitui um dos recursos ambientais da Política Nacional do Meio Ambiente”, justificou o Planalto ao vetar o trecho que retirava do Meio Ambiente a gestão dos recursos hídricos. 

Lula também vetou transferir ao Ministério das Cidades as competências de planejar, coordenar, executar, monitorar, supervisionar e avaliar ações referentes ao saneamento básico e às edificações nos territórios Indígenas. As competências serão mantidas no Ministério dos Povos Indígenas. 

O presidente manteve ainda a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na Casa Civil. As mudanças vetadas pelo presidente foram uma exigência do grupo de parlamentares centrão, em troca da aprovação da Medida Provisória (MP) que reestruturava os ministérios. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Secretário da Defesa viaja 60 vezes e bate recorde de uso de verba com passagens: R$ 527 mil

Baianão 2022: Vitória só empata e beneficia Barcelona de Ilhéus. Jacupa é goleado pelo Bahia e acaba a invencibilidade. Confira

Série B: Cruzeiro empata e continua próximo à zona da degola. Brusque vence e sai do Z4. Vitória só empata e continua no desespero. Ponte perde e continua perigando

Caso Marielle e Anderson: leia o depoimento de Élcio Queiroz com o relato do dia do assassinato

Chuva no litoral norte de SP: saiba como ajudar as famílias desabrigadas

Série D: em partida de ida pelas semifinais, Goleiro pega pênalti e Campinense arranca empate com Atlético-CE

Copa Verde 2023: hoje se decide os finalistas.

Guerra na Ucrânia faz preço do ouro subir e estimula retomada de garimpo ilegal no Pará

Ditadura nunca mais!

Tacla Duran acusa Moro e Dallagnol de corrupção, e denúncia vai ao STF; entenda o caso