Heleno fazia parte de grupo de militares que discutiu ação golpista

 No grupo denominado "Notícias Brasil" estavam 40 militares entre oficiais da ativa e da reserva

General Heleno afirma que não se lembra da existência do grupo

O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo de Jair Bolsonaro (PL), o general Augusto Heleno, participou de um grupo de WhatsApp no qual foram discutidas ações golpistas, segundo o coronel aviador reformado Francisco Dellamora, em entrevista ao UOL.

Em resposta, Heleno afirmou que "Dellamora está muito velho" e que não sabe a importância que o coronel tem no quadro político nacional atualmente. Ainda assim, disse que o conhece bem.

Segundo Dellamora, Heleno chegava a ler as mensagens que circulavam no grupo, mas não se manifestava acerca dos assuntos golpistas. "Esse [Rodrigo] Pacheco é o maior canalha do Brasil hoje porque ele não fez o que tem que fazer. Esse cara vai passar para história e para as leis da história do Brasil porque ele não deixa o Congresso fazer o que tem que ser feito. Porque tem que cassar. Ninguém tem que respeitar ninguém do STF não. Tem que cassar. São bandidos. Não existe Justiça no Brasil. Existe uma quadrilha instalada no STF", afirmou Dellamora ao UOL, dando o tom do que circulava no grupo.

O coronel também afirmou que o relatório das Forças Armadas sobre o sistema de urnas seria a base para uma intervenção militar. O documento, que foi divulgado em novembro de 2022 pelo Ministério da Defesa, não apresentou provas de fraude ou inconsistência no processo eleitoral do ano passado, mas também não excluiu a possibilidade.

"Nós não consideramos legal [a eleição]. Consideramos o STF [Supremo Tribunal Federal] na ilegalidade. O TSE [Tribunal Superior Eleitoral] na ilegalidade. E todos os dias eles praticam mais um ato de ilegalidade. Invadiram os escritórios do senador Marcos Do Val", diz o coronel. "Nós não entendemos como se pode tirar um cara da cadeia para ser presidente da República. O bandido, condenado, sem dúvida nenhuma", afirma. "Você não viveu 64. Agora, 64 é um pinto perto da ditadura que está instalada no Brasil."

O grupo denominado "Notícias Brasil" foi excluído em 8 de janeiro deste ano, quando bolsonaristas invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes, em Brasília. Também faziam parte o general da reserva Sérgio Etchegoyen, que comandou o GSI no governo Michel Temer (MDB), e outros 40 militares, entre oficiais da ativa e reserva. O grupo foi criado em 2016, durante o processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

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