Comandante da PM responsabiliza DOP pelo baixo efetivo de policiais no dia 8 de janeiro

 Klepter Rosa confirma que autorizou participação de alunos, mas diz que pedido foi do coronel Paulo José

Klepter Rosa assumiu o Comando da PMDF no lugar de Fábio Augusto Vieira após os atos golpistas

O atual comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Klepter Rosa, prestou depoimento nesta quinta-feira (15) na CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do DF, e responsabilizou o Departamento de Operações (DOP) pelo baixo efetivo de policiais no dia 8 de janeiro.

Na ocasião, o coronel Klepter era o subcomandante da PM e disse que disponibilizou tudo que foi solicitado pelo DOP no dia anterior à tentativa de golpe.

"O efetivo empregado foi aquele que o DOP determinou que fosse empregado do seu efetivo e o que foi solicitado de apoio", afirmou o comandante da PM na Câmara Legislativa do DF, quando indagado pelo presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), sobre quem foi o responsável pelo emprego do baixo efetivo de policiais militares no 8 de janeiro.

O deputado ainda questionou: "O coronel Paulo José [DOP] é o responsável?" e o depoente respondeu: "positivo".

No entanto, o coronel Klepter Rosa confirmou que foi o responsável por autorizar a participação de 200 alunos do curso de formação da PM para a segurança da Esplanada. "Eu liguei para o coronel Paulo José e indaguei se ele estava acompanhando essa chegada dos ônibus. Ele disse que estava e que estava tomando as medidas. Ele sugeriu o emprego das praças [alunos] para reforçar o policiamento e eu autorizei", disse o comandante assegurando que haviam mais policiais. 

Baixo efetivo

"Quando se trata do dia 8 de janeiro e 12 de dezembro [quando houve atentados golpistas em Brasília] ninguém tem a responsabilidade. Alguns estavam de férias ou não era atribuição institucional ou não tinham responsabilidade sobre a quantidade de efetivo", ironizou o deputado Fábio Félix (PSOL), que questionou o comandante da PM sobre o baixo efetivo de policiais.

Segundo o depoente a previsão era empregar no dia 8 de janeiro cerca de 190 policiais e 200 alunos do curso de formação.


Vidro partido na Praça dos Três Poderes, em Brasília: resultado dos ataques terroristas de bolsonaristas no dia 8 de janeiro

Então, Fábio Félix questionou o comandante da PM se foi um erro deixar os demais policiais em sobreaviso (quando ficam em casa) ao invés de prontidão (quando ficam nos prontos nos quartéis). "Diante do que aconteceu. Se eu soubesse que ia ter esse enfrentamento, essa circunstância, com certeza um maior efetivo", respondeu o coronel Klepter, acrescentando que "pelo resultado e depredação dos prédios o efetivo deveria ter sido maior".  

Já o deputado Gabriel Magno (PT) chamou atenção para a situação dos acampamentos golpistas e perguntou se o alto comando da PMDF não observou isso.

"A informação que a inteligência trazia era de que a quantidade de manifestantes nos acampamentos estava diminuindo" disse o depoente acrescentando que a informação da inteligência era de que não havia engajamento para a manifestação do dia 8 e que os "ânimos eram pacíficos". Magno lembrou que o chamamento era "pela tomada do poder".

O coronel Klepter Rosa assumiu o Comando Geral da PMDF no lugar do coronel Fábio Augusto Vieira, que foi exonerado pelo interventor federal Ricardo Cappelli e depois foi preso por decisão do Supremo Tribunal Federal suspeito de omissão nos atos antidemocráticos.

Próximas reuniões

22/06 — General Marco Edson Gonçalves (ex- ministro chefe do gabinete da GSI)

29/06 — Alan Diego dos Santos (acusado de armar a bomba no aeroporto de Brasília)

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