OMS realiza maior pesquisa já feita com jovens em todo o mundo; brasileiros podem partcipar
Campanha 1.8 bilhão de Jovens pela Mudança quer ouvir a própria população alvo sobre políticas para saúde e bem-estar
Uma campanha global quer ouvir jovens do Brasil sobre demandas e soluções para saúde e bem-estar. A consulta, que vem sendo aplicadas em diversas nações, está disponível até 30 de junho pela internet. Focada em pessoas de 16 a 24 anos, a pesquisa pretende reforçar o engajamento no debate sobre decisões que atendam às dessa população.
Batizada de 1.8 bilhão de Jovens pela Mudança é promovida pela Aliança Global Defesa da Saúde de Mulheres, Crianças e Adolescentes" (PMNCH) e realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A expectativa é chegar a 1 milhão de resposta em todo o planeta, o que representa a maior pesquisa já realizada entre adolescentes e jovens do mundo todo.
“A campanha se chama 1.8 bilhão em referência a essa quantidade de jovens. Justamente essa quantidade - que habita o mundo aqui e agora, cada um em seu país e suas localidades - nos impulsionou a começar a pensar o que que esses jovens querem, precisam, como que esses jovens conseguem se sentar à mesa para poder pautar políticas públicas”, afirma Bethânia Lima, liderança mobilizadora da campanha, que atua na área de relações públicas.
Os resultados da pesquisa global serão compilados na Agenda de Ação para Adolescentes. O documento tem previsão de lançamento em agosto e será apresentado a líderes mundiais para impulsionar políticas, financiamentos e serviços localmente, nacionalmente e globalmente.
"Muitas vezes as políticas públicas são pensadas por pessoas que não necessariamente vão se beneficiar dessas políticas públicas. São lideranças mais velhas, que ocupam certos lugares de privilégio de poder, não entendem o que jovens - que estão muito aquém ainda desse lugar – precisam de fato”, aponta Bethânia Lima.
No Brasil
Para alcançar a diversidade brasileira e vencer as dimensões continentais do país, a mobilização atua em parceria com universidades públicas e comunidades indígenas, quilombolas e de áreas rurais. Segundo Bethânia Lima, as articulações foram essenciais
"É fundamental que tenhamos diversidade nas respostas. Queremos ouvir os jovens que venham de comunidades dos povos originários, dos quilombos, das zonas rurais. Como fazer isso se sabemos que o Brasil tem uma questão séria e estrutural em se tratando de acessibilidade à internet. Conseguimos parceiros, que foram com a pesquisa impressa nas comunidades muito mais afastadas, em que a internet não chegou”
Ela pontua que o Brasil tem mais de 40 milhões de jovens e lembra que essa população tem impacto nos rumos que o país toma. Bethânia Lima cita a forte participação dessa faixa etária nas eleições de 2023 como exemplo. A ideia da Campanha é garantir que esse inclusão seja amplificada.
A ação já começou a receber retorno em território nacional, “As respostas que que recebemos recebe são dilacerantes, porque denunciam uma realidade que precisa mudar. Mas também são respostas que provam que a precisamos ouvir esses jovens.”
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