Desmatamento na Amazônia cai pela metade em 2023 e volta a patamares pré-Bolsonaro

 Imazon aponta queda de 54% na comparação com 2022, mas índice segue alto e deve aumentar na temporada de queimadas

Presidente do Ibama diz que órgão contratou mais brigadistas para enfrentar temporada de queimadas - Ibama

O desmatamento na Amazônia caiu 54% nos primeiros cinco meses de governo Lula (PT) em comparação com o mesmo período de 2022, segundo monitoramento do Imazon. Mesmo com a redução significativa, o acumulado de janeiro a maio de 2023 foi o quarto maior desde 2008, superado apenas pelos anos da era Bolsonaro: 2020, 2021 e 2022.

Entre janeiro e maio, a floresta amazônica perdeu 1,5 mil km² de vegetação nativa, área equivalente à cidade de São Paulo (SP). Maio foi o mês com maior queda, 77%. "Redução que precisa seguir para que 2023 feche fora das primeiras posições no ranking dos anos com as maiores áreas destruídas", observa o Imazon.

A redução ocorreu inclusive em estados com índices historicamente altos de desflorestamento: Mato Grosso, Amazonas e Pará. Com Lula, o Ibama concentrou esforços de fiscalização nesses estados, intensificando operações, embargos, apreensões e multas.

Mesmo assim, Mato Grosso, Amazonas e Pará continuaram líderes no ranking estadual de desmate. Juntas, as três unidades da federação concentraram 78% da floresta destruída neste ano, "o que alerta sobre a necessidade de receberem ações prioritárias", diz o Imazon.

O desmatamento na Amazônia em 2023 teve redução na maioria dos estados, enquanto dois seguiram na contramão. Em Roraima a alta foi de 62% e em Tocantins, de 17%.

Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon, disse que os órgãos ambientais precisam seguir sendo fortalecidos, "para que consigam ter capacidade suficiente de impedir a continuidade de atividades como o garimpo ilegal, a invasão de áreas protegidas e a grilagem de terras. E, também, realizar a destinação para a conservação de terras públicas ainda sem uso definido, que estão mais vulneráveis ao desmatamento", afirmou.

"Teste de fogo" começa agora na Amazônia

A queda nos índices de desmatamento na Amazônia acompanha o esforço do governo Lula de reaparelhar o Ibama, responsável pela fiscalização ambiental nos biomas. A redução, porém, não está consolidada. O "teste de fogo" virá a partir de junho, quando começa o verão amazônico. Sem chuvas regulares, a estação favorece os incêndios florestais.

"Aumentamos a contratação de brigadistas. Vamos chegar a um aumento de 18% comparado ao ano passado. São mais de 2 mil pessoas que vão estar trabalhando na prevenção e no combate a incêndios florestais", afirmou o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho.

Segundo Agostinho, o Ibama prepara um plano de combate a queimadas específico para o bioma. Outra preocupação é o fenômeno natural El Niño, que aquece as águas do oceano Pacífico. Com ele, o verão amazônico promete ser ainda mais seco e mais quente do que o normal, propiciando a rápida disseminação dos incêndios.

"Nas áreas que tiverem queimadas ilegais, as pessoas serão autuadas e as áreas serão embargadas. Ou seja, se a pessoa usar o fogo para aumentar a área de utilização das propriedades, essa área ficará impossibilitada de ser utilizada", afirmou Agostinho. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Agronegócio quer derrubar proibição do paraquate, agrotóxico que pode causar Parkinson e câncer

Copa do Nordeste 2023: Bahia e Atlético de Alagoinhas são derrotados. Confira

STF volta a julgar porte de maconha em agosto

Pernambucano 2023: Sport e Petrolina abrem as semifinais nesta tarde

Sisu: prazo para matrícula e inscrição na lista de espera termina nesta terça (8)

“Se não fosse o SUS...”: documentário fala sobre a saúde pública atuando contra a pandemia

Libertadores 2022: Fluminense vence o Olimpia e abre boa vantagem para a partida de volta, no Paraguai

Enchentes em SP: Ermelino Matarazzo vai à Justiça por tratamento igual ao de bairro rico

General da reserva é alvo da 'Lesa Pátria', mas nega à PF participação em atos golpistas

Lewandowski pede que PGR se manifeste sobre acusações de Tacla Duran contra Moro