Um ano depois da morte do congolês Moïse Kabagambe, no Rio, réus ainda não foram julgados
Governo federal lança Programa de Atenção e Aceleração de Políticas de Refúgio para Pessoas Afrodescendentes
A morte do congolês Moïse Kabagambe completou um ano nesta terça-feira (24) e familiares do imigrante disseram, durante homenagens na data, que a justiça está sendo muito lenta na caso. Em uma missa celebrada no Santuário do Cristo Redentor, no Rio, a mãe de Moïse, Lotsove Lolo Lavy Ivone, disse que espera por mais celeridade no julgamento dos culpados.
Em entrevista ao G1, também no alto do Cristo Redentor, o irmão mais velho de Moïse, Maurice, questionou a demora pelo fato de haverem provas, como vídeos, que atestam que o congolês continuou sendo espancado ao lado de um quiosque na Barra da Tijuca mesmo depois que já se encontrava desacordado e possivelmente morto.
"Bateram nele até o último minuto, quando ele já estava caído no chão. E continuaram batendo. E dizem que não tinham a intenção de matar. Como pode? Se não tivesse vídeos iam dizer que meu irmão era bandido. Tem vídeos, mas nada acontece, já tem um ano e nada acontece", disse Maurice.
Os três acusados pela morte de Moîse - Fábio Pirineus da Silva, Brendon Alexander Luz da Silva e Alesson Cristiano de Oliveira Fonseca - foram denunciados pelo Ministério Público, mas ainda não foram condenados. O processo tramita na 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
No início desta tarde, amigos, familiares, ativistas de direitos humanos e parlamentares, entre outros, se concentraram em frente ao quiosque Tropicália, na altura do posto 8, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, para prestar homenagem a Moïse com velas acesas e flores. O ato foi organizado pela família do congolês.
Programa
Na última segunda-feira (23), o Governo Federal lançou o Programa de Atenção e Aceleração de Políticas de Refúgio para Pessoas Afrodescendentes e a Implantação do Observatório Moise Kabagambe – que vai atuar para prevenir a Violência contra Refugiados no Brasil.
Durante a cerimônia, os pais de Moïse conversaram com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também esteve presente no encontro. O objetivo do programa é fortalecer políticas para acolher e proteger os refugiados que vêm para o Brasil, impedindo casos de xenofobia e agressão.
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