Defesa de Ibaneis Rocha entrega celular de governador afastado do DF à Polícia Federal

 Aparelho deve passar por perícia criminal para investigar participação em atos golpistas

Ibaneis Rocha e Jair Bolsonaro - Agência Brasil

A defesa do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), formada pelos advogados Cleber Lopes e Alberto Toron, entregou nesta segunda-feira (23), o celular do emedebista à Polícia Federal (PF), em Brasília.

A iniciativa da entrega partiu dos próprios advogados, que anunciaram a entrega do aparelho no fim de semana. O celular de Ibaneis será periciado para verificar sua eventual parcela de responsabilidade nos atos golpistas do dia 8 de janeiro, ocasião em que as forças de segurança do DF se omitiram diante da ação dos vândalos extremistas. Ele nega ter sido omisso e se defende dizendo-se ter recebido informações erradas por parte da área de Segurança Pública.

Na última sexta-feira (20), a Polícia Federal realizou uma operação de busca e apreensão na casa de Ibaneis Rocha, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao menos três endereços ligados a ele foram alvos da operação: a residência pessoal, um escritório e o Palácio do Buriti, sede do governo. Na ocasião, o governador afastado não estava em casa.

Ibaneis Rocha está afastado do cargo desde o dia 9 de janeiro já havia determinado o afastamento de Ibaneis Rocha, pelo prazo de 90 dias, do governo do Distrito Federal. O governador afastado é alvo de três pedidos de impeachment na Câmara Legislativa do DF.

Anderson Torres

O ex-secretário de Segurança Pública e ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, afirmou em audiência de custódia, realizada no último dia 14 de janeiro, que não tem relação com os atos golpistas e que sua prisão foi como um "tiro de canhão" em seu peito. A declaração consta no termo do depoimento, que vieram a público nesta segunda-feira. Ele realizaria um novo hoje, mas que foi adiado para o dia 2 de janeiro. 

"A audiência de custódia não é o local de falar nada sobre isso, mas quero dizer que não tenho nada a ver com os fatos, isso foi um tiro de canhão no meu peito, eu estava de férias, umas férias sonhadas por mim e pela minha família, isso foi um tiro de canhão no meu peito, no segundo dia de férias, acontece esse crime horrendo em Brasília e esse atentado contra o país e eu fui responsabilizado por isso. Eu jamais daria condições de isso ocorrer, eu sou profissional, sou técnico e jamais faria isso", disse em depoimento. 

Torres é investigado por omissão e possível envolvimento na facilitação dos atos golpistas contra os edifício-sede dos Três Poderes, em 8 de janeiro. Na ocasião, ele era o secretário de Segurança Pública do DF. Ele deixou o comando do Ministério da Justiça no dia 31 de dezembro do ano passado e voltou ao cargo de secretário a convite de Ibaneis Rocha. 

Há cerca de duas semanas, a PF encontrou em sua residência, numa operação de busca e apreensão, a minuta de um decreto de estado de defesa nacional no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para reverter o resultado das eleições. Torres é considerado um dos ministros mais próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro e estava de férias na Flórida, Estados Unidos, onde atualmente se encontra o próprio Bolsonaro.  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Luís Roberto Barroso assume presidência do STF na próxima quinta-feira (28)

Após ofício desnecessário do Ministério da Defesa, TSE permite análise de códigos-fonte

PF faz buscas contra general por participação no 8 de janeiro; militar integrou gestão de Pazuello no Ministério da Saúde

Governo quer usar Copa Feminina para trazer evento ao Brasil em 2027

Justiça determina indenização de R$ 1 milhão para filho de Genivaldo, morto em Sergipe por agentes da PRF em 'câmara de gás

Justiça torna réu preparador físico do Universitario-PER por racismo, mas decide pela soltura

SERIE B: NÁUTICO VENCE E MANTÊM O TOPO E VASCO SÓ EMPATA

Após declaração de guerra por Israel, número de mortes se aproxima da casa dos milhares

Após derrota no STF, senadores ruralistas protocolam PEC para validar tese do marco temporal

Governo anuncia pacote para aumentar crédito para estados e municípios