PGR avalia acionar cooperação internacional para conseguir celular de Anderson Torres
Torres estava na Flórida durante os atos democráticos, mesmo estado em que Bolsonaro está hospedado
O Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, da Procuradoria-Geral da República (PGR), responsável por coordenar o trabalho de investigação dos crimes golpistas, estuda a possibilidade de criar uma cooperação internacional para obter o celular de Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.
Em 14 de janeiro, quando Torres chegou ao Brasil e foi detido preventivamente pela Polícia Federal, o ex-secretário não portava o celular. A expectativa é que o aparelho telefônico possa conter informações importantes sobre a relação entre Torres e os atos criminosos do 8 de janeiro, provocados por bolsonaristas nas sedes dos Três Poderes.
Há a suspeita que Torres teria sido conivente com os atos. Ele foi exonerado do governo do DF depois dos ataques. Responsável pela Secretaria de Segurança naquele dia, o ex-ministro assistiu à destruição dos Estados Unidos, mais especificamente em Orlando, onde também está o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Torres alegou que estava de férias do cargo, que havia assumido poucos dias antes, e, por isso, estava nos Estados Unidos. Segundo o interventor na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, no entanto, Torres não deveria estar de férias. "Viajou, inclusive sem estar de férias. As férias dele, publicadas no Diário Oficial, valiam a partir do dia 9. Então no dia 8, o secretário de segurança pública do Distrito Federal ainda era o senhor Anderson Torres", disse.
Também pesa contra Torres uma minuta impressa de um decreto golpista, encontrada dentro de sua casa durante uma operação busca e apreensão realizada pela Polícia Federal. O documento autorizaria Bolsonaro a declarar estado de defesa nas sedes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para reverter o resultado da eleição presidencial do ano passado.
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