"Com Lula, sem dúvidas renasce a esperança", diz Evo Morales na Celac Social

 A volta do Brasil ao bloco foi destacada como um passo importante para o momento político na região

Ex-presidente boliviano Evo Morales em cúpula da Celac Social nesta segunda (23) - Twitter Evo Morales

Movimentos populares participaram na segunda-feira (23) de um encontro em Buenos Aires em paralelo à 7ª Cúpula da Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe (Celac). O primeiro encontro da Celac Social ocorreu em um antigo centro de tortura da ditadura militar argentina, em Buenos Aires, a ex-Escola de Mecânica da Armada, que agora é um centro de direitos humanos. O ex-presidente boliviano Evo Morales participou da agenda.

"Se queremos ser revolucionários, temos que ser antiimperialistas e anticapitalistas", destacou Evo. "A doutrina do império diz que os sindicalistas e ativistas sociais têm que ser apolíticos. Na Bolívia, com unidade, pudemos estabelecer um modelo econômico diferente ao imposto pelo imperialismo, principalmente com a nacionalização dos serviços básicos e os recursos naturais. A plurinacionalidade é a nossa ferramenta na diversidade de lutar contra a adversidade", disse, e destacou a importância do Brasil nesse processo regional. "Com Lula, sem dúvidas renasce a esperança, mas é também uma responsabilidade dos movimentos sociais."

O ex-presidente boliviano também destacou o apoio popular da cúpula. "Agora, os movimentos sociais se uniram para acompanhar vários presidentes, algo que antes não acontecia. Os tempos mudaram. É o melhor momento para acompanhar os processos de integração da América Latina e do Caribe", disse. "Vários países governados pela direita queriam que a Celac morresse, mas hoje estamos voltando, apesar de tudo. Os movimentos sociais devem garantir a paz e a integração da América Latina."

Nesta terça-feira (24), a resolução do encontro será apresentada aos mandatários e delegados da cúpula de chefes de Estado da Celac, que também acontece em Buenos Aires. O documento sintetiza pautas antiimperialistas e anticolonialistas em comum entre os países da região, e destaca o direito soberano dos países, pondo foco na independência econômica, na justiça social e denuncia territórios usurpados e a presença de bases militares imperialistas em distintas zonas da região.


O encontro da Celac Social aconteceu um dia antes da cúpula entre chefes de Estado, em Buenos Aires. / CTAA

"As Malvinas são parte da nossa luta contra o imperialismo, é nossa identidade", destacou Edgardo Esteban, jornalista, ex-combatente da guerra de Malvinas e diretor do museu onde ocorreu o encontro. "Estamos muito próximos do [aniversário de] 200 anos da usurpação [do território pelos britânicos]. O museu e os debates devem ser acompanhados de políticas profundas para recuperar o que nos pertence", disse, durante a abertura do encontro.

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil Pinto, participou da Celac Social e destacou a ausência do presidente Nicolás Maduro, que cancelou sua viagem para Buenos Aires. Segundo um comunicado do governo venezuelano, a decisão surge após a descoberta de "um plano fascista de agressão" contra o presidente venezuelano. Forças políticas de direita na argentina repudiaram publicamente o possível comparecimento de Maduro à Argentina, especialmente o partido Proposta Republicana, com críticas da ex-ministra de Segurança Patricia Bullrich e o ex-presidente Mauricio Macri.

"A Celac surgiu em 2011 com um objetivo: promover o desenvolvimento e a soberania dos países da América Latina e do Caribe, mas foi atacada pela direita e o imperialismo de forma constante", disse o chanceler, destacando como o fracasso das políticas neoliberais "abriram as portas para as forças fascistas".

O encontro também contou com a presença e intervenções de Kaira Reece, da Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas, Mônica Valente, secretária executiva do Foro de São Paulo, e Flora Aguilar, da organização Bartolina Sisa.

O grupo da Celac Social marchou nesta terça-feira, no centro da cidade, em direção ao hotel Sheraton, onde a cúpula de chefes de Estado teve início nesta manhã. Uma concentração está marcada para as 12h em frente ao Sheraton, em apoio ao encontro e à integração latino-americana. Também há manifestações em apoio ao presidente Maduro e ao presidente cubano, Migual Díaz-Canel, e contra a repressão no Peru e a permanência da presidenta Dina Boluarte.


Marcha dos movimentos populares em Buenos Aires / Reprodução

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