Olimpíadas: Argentina é eliminada do futebol masculino sem ver a cor da bola

 A Argentina empatou com a Espanha por 1 a 1 e se despediu prematuramente, mas com toda justiça, nesta quarta-feira (28), do torneio de futebol masculino das Olimpíadas de 2020. A derrota para a Austrália na estreia condicionou a campanha e exigiu dos sul-americanos a vitória, que não veio, contra o forte selecionado espanhol.
O gol espanhol foi de Mikel Merino, meia de 25 anos da Real Sociedad, aos 21 do segundo tempo. Pelo nível das atuações, o gol demorou demais para sair. O empate argentino, nos minutos finais, com Belmonte, atleta do Lanús, de cabeça, emprestou dignidade e brio à jornada argentina, mas não foi suficiente. A Argentina não viu a cor da bola na maior parte do jogo.
A Espanha tem encontro marcado com a Costa do Marfim, enquanto Brasil vai enfrentar o Egito, que arrancou da lanterna para o segundo lugar do grupo ao vencer a Austrália por 2 a 0.
A nova geração argentina, cujos destaques são Barco (ex-Independiente), Gaich (ex-San Lorenzo), Mac Allister (ex-Argentinos Jrs) e Almada (Vélez Sarsfield, sacado do time titular), protagoniza a segunda decepção olímpica consecutiva da modalidade, cinco anos após também não passar de fase nas Olimpíadas do Rio.

Da primavera ao inverno

A primavera olímpica do futebol argentino aconteceu em 2004 e 2008. O bicampeonato olímpico, que ajudou a apresentar ao mundo Tévez, Mascherano, Messi, Aguero, Riquelme, D´alessandro, Di Maria e outros craques nos elencos, teve direito até a um chocolate no Brasil, um 3 a 0 com show de Aguero, em Pequim, 2008.

Em 2016, a Argentina perdeu a final da Copa América para o Chile e Messi, ainda no vestiário, anunciou a aposentadoria da seleção. A Federação Argentina de Futebol (AFA) vivia crise institucional e não tinha sequer um dirigente habilitado para contratar um técnico – Tata Martino pedira demissão, e a AFA estava sob intervenção da Federação Internacional de Futebol (Fifa).

O caos político da época repercutiu em campo e absolveu de certa forma os jogadores. A Argentina não passou de fase, mas não foi propriamente um time de futebol nos dias de estadia em solo carioca. Até problema com o fardamento os jogadores enfrentaram, e uma derrota para Honduras selou a eliminação, que, no caso, foi um alívio para os jogadores.

Cinco anos depois, o roteiro parecia ser de troco redentor: Messi foi campeão com a Argentina poucos dias atrás em pleno Rio de Janeiro, e a seleção olímpica viajou para o Japão sem nenhuma questão interna para resolver. Era só encontrar o caminho do bom futebol, que não foi encontrado. A Argentina foi fria o tempo todo em Tóquio, e dessa vez os atletas não tem muito a quem culpar.

Espanha favorita

Que a seleção espanhola era, no papel, a mais forte do torneio junto com o Brasil, com jogadores consolidados no futebol de ponta em todas as posições, era uma espécie de consenso – na estreia contra o Egito, porém, o nível do jogo ficou abaixo das expectativas.

Nas duas partidas seguintes, isso mudou. Os espanhóis, ao seu estilo, tiveram 74% de posse de bola na segunda rodada, quando bateram a Austrália, e se impuseram de maneira indiscutível no encontro desta quarta com os argentinos.

Contra a Espanha pesam os placares econômicos. Só 1 a 0 contra o Egito, e outro placar mínimo, que acabou virando empate, na partida desta quarta. O domínio é territorial e de posse de bola, mas não se transforma em gols.

Mesmo assim, o time de Pau Torres (Villarreal), Mikel Merino, Pedri (Barcelona), Dani Olmo (RB Leipzig), Marco Asensio (Real Madrid), Oyarzábal (Real Sociedad) e outros ótimos nomes aparece como principal candidato a frustrar o sonho dourado do Brasil – o cruzamento entre as duas seleções só se dará em uma possível final.

Participação pífia da França

A seleção francesa fez uma turnê incompreensível e infame pelo Japão, que só teve alguma serventia para o veterano Gignac.

O bagunçado e improvisado time da França foi atropelado pelo Japão, e deu adeus às Olimpíadas. O México, que também passou fácil pela África do Sul, se classificou junto com os anfitriões no grupo A.

Já no grupo B, onde estavam todos empatados com 3 pontos, a Coreia do Sul fez um estrondoso 6 a 0 em Honduras, enquanto a Nova Zelândia, com outra receita, alcançou o mesmo lugar: 0 a 0 defensivo contra a Romênia, suficiente para a vaga.

Confira os confrontos das quartas de final – todos os jogos no sábado (31)

  • Brasil x Egito
  • Japão x Nova Zelândia
  • México x Coreia do Sul
  • Espanha x Costa do Marfim

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