Em delação, Élcio diz não acreditar na versão de Lessa, de que não recebeu para matar Marielle

 Para ex-PM, possível assassino da vereadora teve um “acréscimo muito grande” de patrimônio após o crime

Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são os dois principais acusados pela morte de Marielle Franco, em 14 de março de 2018 - Foto: Divulgação

Em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal (MPF), Élcio Queiroz, que dirigia o carro usado para perseguir a vereadora Marielle Franco no dia de sua morte, afirmou que não acredita que Ronnie Lessa, acusado de ser o executor da parlamentar, não tenha recebido dinheiro para cometer o crime.

Interpelado pelo delegado Guilhermo Catanbry, se “olhando pra trás, o senhor acredita nessa versão de que ele não recebeu nada, Queiroz não titubeou. “Não”. Em seguida, o ex-policial militar justificou sua resposta.

“Por que depois do fato, vi um acréscimo muito grande... como se diz...no patrimônio; tinha a Evoque; comprou uma Dodge Ram blindada; uma lancha, uma nova; que a dele tinha virado no quebra mar, que ele refez e quase deu perda total, mandou reformar, vendeu e pegou uma zero; e depois disso viajou com o meu filho [para os EUA]”, explicou Queiroz.

Ainda de acordo com o ex-policial militar, após o assassinato de Marielle, Lessa começou a reformar duas casas, sendo uma de veraneio, em Angra dos Reis. Quando o questionado sobre os gastos, Queiroz ouviu a seguinte resposta:

“A esposa reclamando que ele estava vivendo de aluguel, pagando na verdade duas casas, a 566 que ele morava; dois condomínios; que ele estava gastando, dando dinheiro pros outros e tal; podendo estar na nossa casa, não faz nossa casa; aí falei com ele: ‘pô cara, ao invés de fazer sua casa, você tá gastando dinheiro com casa de praia, podendo fazer sua casa, o seu pessoal tá chateado’; aí ele falou: ‘cara, eu tenho dinheiro pra fazer essa casa e fazer a da Barra, dinheiro eu tenho para as duas’”, contou Queiroz, no depoimento.

Indagado pelos investigadores se havia recebido algum valor por dirigir o veículo, Queiroz explicou que não conhecia o alvo (Marielle Franco) e não sabia qual era o plano de Ronnie Lessa. Mas, confessou ter recebido R$ 1 mil naquela noite de 14 de março de 2018, quando a parlamentar foi assassinada.

“Cara, tu tá duro?”, teria perguntado Ronnie Lessa. “Tô... mas qual foi, o que é? Ele falou: ‘vou te dar isso aqui cara, segura isso aqui...mas não é por causa disso não hein...não tem nada a ver com o crime não’; e me deu mil reais; sempre ele me dava um dinheiro; esse dinheiro ele me deu, mas falou que não tinha nada a ver com essa parada; ele falou que jurava, não botei um centavo nisso aí; eu falei não precisa não; aí aquele precisa, não precisa... ele me deu mil reais.”

As declarações de Queiroz fazem parte do acordo de delação premiada firmado entre o ex-policial militar, a PF e o MPF. O depoimento foi realizado no dia 14 de junho de 2023, no Comando de Aviação Operacional (CAOP), situada no hangar da Polícia Federal, no dentro do aeroporto de Brasília.

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