Com acordo entre União Europeia e Mercosul na agenda, cúpula entre UE e Celac começa
Na Bélgica, Lula defende que diálogo com o bloco europeu envolva também a agenda ambiental
Nesta segunda-feira (17), começou a cúpula que reúne países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE), na Bélgica. Pela manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, falaram à imprensa antes do início da reunião que ocorrerá até terça (18).
Von der Leyen afirmou que a meta da UE é fazer o acordo com o Mercosul avançar. “Queremos discutir hoje como conectar mais os nossos povos, empresas, como reduzir o risco, reforçar e diversificar as cadeias de abastecimento e como modernizar nossas economias de forma a reduzir as desigualdades e trazer benefícios a todos. Tudo isso é possível se conseguirmos concluir o acordo União Europeia e Mercosul”.
Para Von de Leyen, a cúpula será um espaço para resolução de discordâncias para que todos possam sair ganhando. “A nossa ambição é resolver quaisquer diferenças que ainda existam o quanto antes possível para podermos concluir este acordo. Queremos ser um parceiro que possa chegar a um acordo ‘ganha-ganha’ que dê benefícios a todos”, afirmou.
Lula, por sua vez, afirmou que visa que a discussão vá além da questão econômica e de desenvolvimento industrial, mas que também se aborde a questão climática.
“Nós temos uma atividade econômica intensa no Brasil nos dias de hoje, queremos compartilhar essa intensidade da atividade econômica com os nossos parceiros da União Europeia. Nós queremos compartilhar com os nossos parceiros do Mercosul, da América Latina e do Caribe”, afirmou Lula. “E mais importante ainda: nós queremos aprofundar com a União Europeia a discussão sobre a questão não apenas do desenvolvimento industrial e do crescimento econômico, mas queremos discutir profundamente a questão climática”, frisou o presidente.
O presidente brasileiro tem reuniões bilaterais previstas com representantes da Bélgica, Áustria e Suécia.
Foram convidados para a cúpula todos os 33 mandatários dos países da América Latina e Caribe e os seus 27 homólogos europeus, totalizando 60 países. A última reunião entre líderes das duas regiões ocorreu em 2015.
O evento abordará temas como mudança do clima; comércio e desenvolvimento sustentável; inclusão social; recuperação econômica pós-pandemia; transição energética, transformação digital justa e inclusiva; migrações; reforma da arquitetura financeira internacional; luta contra o crime organizado; e cooperação para o desenvolvimento. Serão abordadas diferentes iniciativas e projetos de cooperação, com vistas ao fortalecimento das relações.
Em nota, o Ministério de Relações Exteriores afirmou que “a participação do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva na III Cúpula CELAC-UE dá-se no contexto da renovação do compromisso do Brasil com o fortalecimento da integração regional e da CELAC. O Brasil retornou ao mecanismo de diálogo político, concertação e cooperação entre os países da América Latina e do Caribe em janeiro passado, após um período de quase três anos em que se manteve afastado de suas atividades”.
O retorno brasileiro foi visto por Von der Leyen como “o ressurgimento do Brasil como grande ator no cenário global”.
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