Políticos indicam interesse por vaga no Senado diante de possível cassação de Moro
Ex-juiz será julgado pelo TRE-PR por abuso de poder econômico na pré-campanha das eleições de 2022
Nomes como o deputado licenciado Ricardo Barros (PP), o ex-deputado Paulo Martins (PL) e a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT) já indicaram que podem vir a disputar uma vaga ao Senado pelo Paraná caso o senador Sergio Moro (União Brasil) seja cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).
Hoffmann, por exemplo, acredita que “tem tudo para que Moro seja cassado, pela realidade do processo”, disse em entrevista ao UOL. Em seguida, afirmou que existe a possibilidade de concorrer à vaga
O ex-juiz será julgado por abuso de poder econômico na pré-campanha das eleições de 2022 depois que o PL do Paraná e a Federação Brasil da Esperança, formada pelos partidos PT, PCdoB e PV protocolaram uma ação indicando uso indevido dos meios de comunicação, irregularidade em contratos e gastos eleitorais acima do permitido. As siglas pedem que Moro seja declarado inelegível por oito anos.
“Em atitudes que se estendem desde a filiação de Moro ao Podemos até sua candidatura ao Senado pelo Paraná, pelo União Brasil, há indícios de que o investigado utilizou de recursos do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Campanha, além de outras movimentações financeiras suspeitas, para construção e projeção de sua imagem enquanto pré-candidato de um cargo eletivo no pleito de 2022, independentemente do cargo em disputa”, diz trecho da ação protocolada pela Federação Brasil de Esperança.
Se for condenado no TRE do Paraná, Moro ainda poderá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Caso a chapa seja cassada em todos os âmbitos, novas eleições para a vaga devem ser realizadas.
Atualmente o processo está em fase de coleta de provas e ainda não há data para o julgamento. Mas segundo adversários políticos e aliados de Moro ouvidos pela Folha de S. Paulo, já há uma tendência desfavorável ao ex-juiz no TRE paranaense.
Até 5 de julho, o clima era favorável ao ex-juiz, mas mudou com a posse de três novos integrantes do tribunal. Entre eles está o ex-assessor do ex-governador José Richa (que foi réu na Lava Jato), D'Artagnan Serpa Sá, que assumiu a relatoria do processo até então coordenada por Mário Helton Jorge.
Também está o juiz Anderson Ricardo Fogaça, que ocupou o cargo de juiz-auxiliar durante a presidência de José Laurindo de Souza Netto no Tribunal de Justiça, que, por sua vez, busca o apoio de Lula para uma possível indicação ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Por fim, Julio Jacob Junior, indicado para o TRE pelo presidente Lula (PT) em abril, tomou posse.
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