ELN anuncia ação armada durante 72h na Colômbia e recomenda cidadãos a "não sair de casa"

 Guerrilha diz que não permitirá circulação no território nacional entre quarta e sexta-feira como protesto contra Duque

Desde que as Farc ingressaram na política institucional, o ELN passou a ser a maior guerrilha colombiana, com 2,3 mil membros
Desde que as Farc ingressaram na política institucional, o ELN passou a ser a maior guerrilha colombiana, com 2,3 mil membros                          

O Exército de Liberação Nacional (ELN) deu início nesta quarta-feira (23) a uma ação armada de três dias na Colômbia. Em comunicado, guerrilha afirma que medida é contra o presidente Iván Duque e sugere que as pessoas não saiam das suas casas entre 6h desta quarta-feira (23) de fevereiro até 6h da sexta-feira (26). O anúncio foi divulgado a duas semanas das eleições legislativas no país.

"A circulação só será permitida em casos humanitários, atividades funerárias ou emergências hospitalares". O grupo finaliza o comunicado com "fora Duque e seu mau governo".

Em resposta, o ministro da Defesa, Diego Molano, afirmou que as forças de segurança estão distribuídas em todo território colombiano, "preparadas para enfrentar ameaças".

O funcionário classificou o comunicado como um "panfleto para amedrontar o país" e voltou a sugerir que os dirigentes da guerrilha "controlam rotas de narcotráfico mesmo estando na Venezuela".

Apesar das acusações contra a guerrilha, há uma semana a Colômbia exonerou o general Jorge Hernando Herrera Diaz, que controlava a 6ª Divisão do Exército, após confirmação de acordos realizados pelo militar com chefes da faccção Los Pocillos, responsável pelo narcotráfico na região de Amazonas, Caquetá, Cauca e Putumayo.

"Antes eram oficiais de menor escalão, mas agora este: a máxima autoridade militar, um general de quatro estrelas relacionado com cartéis que exportam droga pelo Pacífico. Mostra uma alta relação do regime com os narcotraficantes. Essa é a realidade", comenta o chefe da delegação de paz do ELN, Pablo Beltrán.

Na última semana, em reunião com o secretário-geral do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o presidente Iván Duque também havia enviado mensagens hostis ao país vizinho. Desde janeiro, a fronteira colombo-venezuelana, entre os estados de Arauca e Apure, está militarizada após suposta invasão do território venezuelano por membros do ELN e das dissidências das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

Já Beltrán sustenta que a única relação entre ELN e Venezuela é o respaldo do governo venezuelano ao diálogo. "Não há base de sustentação para essa acusação. Há anos nós enviamos uma carta ao governo dos Estados Unidos propondo rediscutir a política antidrogas, que tem falhado. Propusemos que se criem comissões investigativas que visitem nossos territórios e vejam se existe essa relação com o tráfico de drogas. Até hoje não tivemos respostas", afirma o segundo comandante da guerrilha.

O ELN foi criado em 1964, sob inspiração da Revolução Cubana e da Teologia da Libertação, e é o último grupo insurgente com ação nacional reconhecido na Colômbia após os Acordos de Paz de 2016. Com a chegada de Iván Duque à presidência, as mesas de diálogo com os elenos foi suspensa.

"A delegação de diálogo do ELN continua sentada na mesa de negociação, e continua esperando pelos representantes do governo. Se o governo quiser enviar seus delegados, mesmo faltando menos de 6 meses para acabar sua gestão, ao menos poderia iniciar algo que seguiria com seu sucessor. Essa era nossa expectativa", comenta Beltrán. 

Com cerca de 2,3 mil membros, a maior presença do grupo guerrilheiro se concentra nos departamentos de Arauca, Cauca, Chocó, Nariño, Catatumbo e Antioquia, segundo a Fundação Paz e Reconciliação (Pares).

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