Governo Bolsonaro coloca sigilo em 23% dos custos de viagens, maior proporção da história

 Levantamento mostra recorde na falta de transparência com dinheiro usado em viagens: R$ 1 a cada R$ 4 é secreto

Capitão Sigilo: governo federal aposta na falta de transparência com uso do dinheiro público em viagens a serviço - Reprodução/Twitter            

Sob o comando do presidente Jair Bolsonaro (PL), o governo federal bateu um recorde na falta de transparência com o dinheiro gasto em viagens. Nos últimos dois anos, a cada R$ 4 pagos pelo Executivo em diárias e passagens, R$ 1 foi secreto.

Um levantamento feito com dados do Portal da Transparência mostra que a administração bolsonarista decretou sigilo em 23% do valor pago em passagens aéreas e diárias com dinheiro público em 2020 e repetiu a proporção em 2021. É o mais alto patamar da história.

Em 2020, isso representou R$ 131 milhões gastos em viagens "secretas". Em 2021, foram R$ 178 milhões. Em 2019, a proporção caiu para 16%, mas o valor em dinheiro foi o maior dos últimos cinco anos: R$ 210 milhões.

No governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), a proporção de viagens secretas variou de 13% a 20%. Em valores, os gastos sob sigilo foram de R$ 161 milhões em 2017 a R$ 194 milhões em 2018. Nos anos sob chefia de Dilma Rousseff (PT), o percentual oscilou de 16% a 18%.

Atividades de segurança?

Em reportagem publicada no jornal Correio do Povo em dezembro de 2021, o Ministério da Justiça e Segurança Pública foi apontado como responsável por todas as despesas com viagens sigilosas no governo federal.

De acordo com a publicação, os servidores responsáveis pelos deslocamentos são servidores das Polícias Federal, Rodoviária Federal e Departamento Penitenciário Nacional.

Em dezembro, o Ministério da Justiça afirmou que “dados sobre quantitativo, distribuição, localização e mobilização de servidores dos órgãos citados são protegidos por sigilo, por contar com informações sensíveis que podem comprometer operações policiais ou expor atividades de inteligência, fiscalizações e outros trabalhos policiais”.

Viagens escandalosas

Nas últimas semanas, viagens feitas por membros do alto escalão do governo federal, como o secretário especial de Cultura, Mário Frias, têm chamado a atenção de veículos de imprensa.

Frias enfrenta um pedido de investigação do Ministério Público do Tribunal de Contas da União (TCU), por ter gastado R$ 39 mil de dinheiro público em uma viagem a Nova York no final do ano passado. A informação foi revelada pelo jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo

Nos Estados Unidos, o ator foi encontrar o o lutador de jiu-jitsu Renzo Gracie, também apoiador de Jair Bolsonaro (PL), para tratar de uma produção audiovisual.

O lutador convidou Frias para apresentar um “projeto cultural envolvendo produção audiovisual, cultura e esporte", segundo o Portal da Transparência. 

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