Chacina de Unaí completa 18 anos, e mandantes do crime ainda estão soltos

 Assassinato de auditores fiscais marca o Dia de Combate ao Trabalho Escravo, em 28 e janeiro

As operações do último ano flagraram situações de trabalho análogo ao escravo em 23 dos 27 estados. Minas Gerais, mais uma vez, foi o estado com mais ações fiscais                                                  

Completou 18 anos, neste 28 de janeiro, o assassinato dos auditores fiscais do extinto Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) - Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves, e o motorista Aílton Pereira de Oliveira. A equipe fiscalizava, em 2004, a existência de situações análogas à escravidão em fazendas da família Mânica, quando foram assassinados em uma emboscada na zona rural de Unaí (MG).

Em 2015, quatro pessoas foram condenadas à prisão, em primeira instância – Antério Mânica, Norberto Mânica, Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Castro, todos empresários do agronegócio.

Os dois irmãos Mânica foram condenados como mandantes do crime, mas o julgamento de Antério, ex-prefeito de Unaí e fazendeiro, foi anulado depois que Norberto assumiu a culpa. Ele recorre em liberdade, assim como os apontados como intermediários.

Para o Ministério Público Federal, o objetivo dos irmãos era fazer uma retaliação à ação dos fiscais, que reprimiam a exploração do trabalho semelhante à escravidão. Ainda de acordo com a acusação, os homicídios foram triplamente qualificados: por motivo torpe, impossibilidade de defesa das vítimas e pagamento de recompensa pelas mortes.

Já os executores do crime foram condenados em 2013. Rogério Alan Rocha Rios (condenado a 94 anos), Erinaldo de Vasconcelos Silva (condenado a 76 anos) e William Gomes de Miranda (condenado a 56 anos).

Segundo informações da Rede Brasil Atual, Rogério Alan está em regime aberto desde novembro de 2018. Erinaldo de Vasconcelos está em prisão domiciliar há dois meses e William Gomes segue em regime fechado.

Resgate cresceu mais de 100%

O impacto do massacre fez com que o dia 28 de janeiro fosse lembrado como Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo.

O  Ministério do Trabalho e Previdência comunicou, nesta quinta-feira (27), que, apenas no ano de 2021, resgatou 1.937 pessoas em situação de trabalho escravo contemporâneo. O número é 106% maior que o de 2020, quando foram resgatadas 936 pessoas.

As operações do último ano flagraram situações de trabalho análogo ao escravo em 23 dos 27 estados. Minas Gerais, mais uma vez, foi o estado com mais ações fiscais, 99 empregadores foram fiscalizados, e o maior número de trabalhadores resgatados, 768 vítimas.

Goiás teve 304 trabalhadores resgatados e São Paulo, 147. Pará e Mato Grosso do Sul tiveram 110 e 81 trabalhadores resgatados, respectivamente.

No Distrito Federal aconteceu o resgate com o maior número de trabalhadores em um único estabelecimento. 116 pessoas estavam  trabalhando em condições degradantes em uma extração de palha de milho para fabricação de cigarros artesanais.

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