EUA e Reino Unido suspendem importação de combustível da Rússia
"Vamos atacar a principal artéria da economia russa", declarou Joe Biden ao anunciar a medida
Os Estados Unidos e o Reino Unido anunciaram a suspensão das importações de gás, petróleo e carvão da Rússia como represália pelo conflito na Ucrânia. A União Europeia não seguiu o exemplo, mas anunciou um plano para reduzir as importações de gás russo em 2/3 dentro de um ano. Cerca de 40% da demanda de combustível dos países europeus é atendida pelos russos.
Ao anunciar as restrições da Casa Branca, o presidente Joe Biden disse que a medida busca atingir “a principal artéria da economia da Rússia”, acrescentando que a proibição “daria outro golpe poderoso à máquina de guerra de Putin”.
Os EUA importam cerca de 700 mil barris de petróleo por dia da Rússia, representando cerca de 10% do fornecimento de energia do país. A Europa, que ainda não baniu a energia russa, depende muito mais dela, importando mais de 4 milhões de barris por dia.
O chefe da Casa Branca ainda disse que empresários estadunidenses serão proibidos de “financiar ou habilitar empresas estrangeiras” que estão investindo na produção de energia russa.
Em janeiro de 2022, a Rússia extraía 11,3 milhões de barris por dia, embora fique atrás em produção da Arábia Saudita e dos Estados Unidos, os russos são os maiores exportadores de petróleo cru do mundo, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE).
Cerca de 60% das exportações de petróleo da Rússia vão para a Europa, incluindo cerca de 2% para o Reino Unido, enquanto 8% vão para os EUA e a China responde por cerca de 20%.
A Rússia também é o maior produtor de gás natural do mundo, com uma capacidade de extrair 766 milhões de metros cúbicos por ano.
Em quase duas semanas de conflito na Ucrânia, os preços do petróleo dispararam, chegando à cotação de US$ 130 por barril - maior valor dos últimos seis anos.
A decisão pode aumentar o preço final dos combustíveis para o consumidor, A gasolina está com o preço médio de US$ 4 o galão nos EUA, acima dos US$ 2,77 de um ano atrás.
Durante a última semana, a Rússia foi alvo de medidas coercitivas unilaterais inéditas no século XXI, sendo banida do sistema financeiro SWIFT, de eventos culturais e esportivos, como a Copa do Mundo, além do fechamento das fronteiras com a Europa e a suspensão da certificação do gasoduto Nord Stream 2.
Apesar de as autoridades russas declararem que o país estava preparado para receber sanções do Ocidente, o impacto na economia já é real. Em uma semana, o rublo desvalorizou cerca de 60%, as duas maiores empresas de carga e envio de containers suspenderam suas atividades na Rússia, assim como outras companhias fecharam as portas.
O secretário geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), Mohammed Barkindo, alertou que não haveria como preencher a lacuna deixada pelo petróleo russo em caso de embargo total.
“Não há capacidade no mundo no momento que possa substituir 7 milhões de barris de exportações”, afirmou na última segunda-feira (7) numa conferência de energia em Houston.
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