Libertadores 2022: Fluminense toma 2 a 0 e é eliminado nos pênaltis pelo Olimpia-PAR. Estudiantes-ARG também se classifica. Confira
Fluminense perde nos pênaltis e deixa escapar a vaga na fase de grupos
Fluminense se encolheu, amedrontado. O Olimpia se aproveitou. Está na fase de grupos da Libertadores
"Não podemos cometer a bobagem de viajar acreditando que vamos administrar a vantagem, pois o Olimpia sabe variar a sua forma de jogar. Nós vamos precisar agredir o adversário."
Esta foi a promessa de Abel Braga, na véspera da partida decisiva de ontem, em Assunção, no Defensores del Chaco.
O experiente treinador de 69 anos, que já foi campeão mundial de clubes, sabia que tudo o que não poderia fazer era deixar seu time retrancado, tentando apenas se aproveitar da vantagem por 3 a 1, conquistada no Maracanã.
Mas foi exatamente o que fez.
Com as linhas baixas, o Fluminense entrou retrancado, sonhando com contragolpes. Mas seus jogadores estavam recuados demais. A postura amedrontada tirou a confiança do time carioca e encheu de coragem os paraguaios. Com direito à troca do atacante Cano pelo zagueiro Luccas Claro.
O resultado foi a dolorosa derrota por 2 a 0, gols de Recalde, e Paiva, aos 43 minutos do segundo tempo. David Braz ainda salvou uma bola em cima da linha, que poderia determinar a eliminação ainda durante o jogo.
Mas ela veio nos pênaltis, por 4 a 1, com os experientes Willian Bigode e Felipe Melo parando nas defesas de Oliveira.
O Fluminense que estava empolgando o país, com planos ambiciosos de lutar pelo título da Libertadores, foi eliminado na 'pré'. Não conseguiu sequer chegar à fase de grupos.
"Nós jogamos mais retraídos justamente por isso (buscando os contragolpes). Não pode esquecer que, mesmo com vantagem, entramos com três atacantes de velocidade. Jogadores que tiveram várias vezes o contra-ataque, mas não estavam em uma noite feliz.
"Sobrecarregou demais os dois volantes.
"Mas, sinceramente, não dá pra entender muito. A desolação é muito grande. Foram gols sofridos que treinamos muito de quarta pra cá, porque sabíamos que era a forma que usam", disse Abel, na madrugada de hoje, após a eliminação.
De nada adiantou ter escalado Luiz Henrique, Cano e Arias, se deixou o trio recuado demais.
Abel tem enorme responsabilidade na eliminação.
Mas ela precisa ser dividida com a diretoria.
O Fluminense tem dívidas de mais de R$ 700 milhões, assumida pelo próprio presidente Mario Bittencourt. Deve os salários de fevereiro e parte do décimo terceiro. Tem dívidas prementes de cerca de R$ 98 milhões, inclusive em transações internacionais, que podem causar punição da Fifa, proibindo o clube de contratar.
Mas o grande erro foi anunciar a venda de sua principal revelação, o atacante Luiz Henrique, ao Bétis, da Espanha, no sábado passado, quando o clube vivia seu momento de empolgação, pela vitória no Maracanã, diante do Olimpia.
A venda foi precipitada, por um valor baixo, diante do potencial do jogador. Por 85% dos direitos, o Fluminense tem garantido 9 milhões de euros, cerca de R$ 50 milhões. Se ele conseguir atingir algumas metas, como número de partidas disputadas, o valor pode chegar a 13 milhões de euros, cerca de R$ 73 milhões.
Foi decepcionante a confirmação da transação, às vésperas de um jogo fundamental, como o de ontem.
Com a eliminação, o Fluminense deixa de receber 3 milhões de dólares, cerca de R$ 15 milhões, para chegar à fase de grupos da Libertadores.
Vai disputar, como consolação, a Copa Sul-Americana. Para isso, ganhará 900 mil dólares, cerca de R$ 4,3 milhões.
Em menos de uma semana, o que era empolgação virou tristeza.
"Estamos desolados", desabafava Abel.
Mas ele foi um dos grandes responsáveis pela eliminação.
Além da diretoria.
Confirmando a péssima venda de Luiz Henrique.
O Fluminense não disputará a fase de grupos da Libertadores.
Não terá sua principal revelação no segundo semestre.
E continuará preso à sua dívida imensa...
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