Major que forneceu água a golpistas no Planalto justifica que atuou para 'conter os ânimos'

 Nomeado na gestão Bolsonaro, Natale foi exonerado do GSI após a divulgação de imagens das câmeras de segurança do prédio

Major Natale foi nomeado como coordenador do GSI no governo Bolsonaro

O major José Eduardo Natale de Paula Pereira, que foi flagrado fornecendo água para os golpistas dentro do Palácio do Planalto no 8 de janeiro, disse nesta segunda-feira (9) na CPI dos Atos Antidemocráticos que atuou para "conter os ânimos" e "preservar vidas". Natale foi exonerado do cargo de coordenador do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) após a divulgação de imagens das câmeras de segurança do prédio. Ele foi nomeado para a função no governo Bolsonaro. 

"Em um esforço de acalmar os ânimos e conter a crise, evitando maiores danos e por razoabilidade, avaliei que deixar que pegassem a água era razoável para que a situação não se inflamasse", afirmou Natale em depoimento à CPI. Ele disse que não distribuiu águas, mas apenas permitiu que as pessoas bebessem água no intuito de acalmar os ânimos e garantir que todos "saíssem do local sem maiores danos".

No depoimento, ele disse que ocupava um cargo de decisão no GSI e que foi mantido no governo Lula porque a função exige "capacitação militar específica", que necessita de um tempo para ser concluída. Segundo o depoente, uma troca completa do quadro de pessoal poderia "comprometer" a segurança institucional da Presidência da República e por isso ele e diversos militares que atuam no GSI permaneceram nos postos. 

O presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), perguntou ao depoente se as pessoas que se encontravam dentro do Palácio do Planalto eram agressivas. "É importante que se esclareça de que eram pessoas agressivas, violentas, que não estavam rezando como muita gente gosta de dizer", afirmou Vigilante, em alusão aos bolsonaristas que defendem os golpistas presos.

"Existiam pessoas que eram agressivas, que não estavam rezando", respondeu o major Natale.   

O militar também foi cobrado por não ter dado voz de prisão aos manifestantes e destacou que estava sozinho no primeiro momento e que a sua estratégia era a de "negociação", pois avaliou que era a forma mais eficaz para "dispersar os manifestantes e preservar o patrimônio público".

"Eu estava sozinho, caso desse voz de prisão a algum manifestante mais alterado, teria que retirá-lo e o único agente do GSI presente, que era eu, iria abandonar a posição", justificou.

O deputado Fábio Félix (PSOL) questionou o major Natale se ele ainda considera que agiu da forma correta com os golpistas. "Sim, senhor. Eu agi dentro das técnicas de gerenciamento de crises e negociação", respondeu o depoente.

"Gerou um sentimento de muita indignação na população e aí eu me incluo, porque era um momento grave de degradação do poder público e a gente vê imagens de autoridades inertes dentro do Palácio do Planalto", considerou Félix. 

Já o deputado Gabriel Magno (PT) questionou qual a forma que os golpistas entraram no Palácio do Planalto.

"Eles entraram no perímetro do Palácio rompendo os gradis, fazendo com que a tropa recuasse e no prédio em si eles quebraram as janelas de vidro e entraram pelas janelas por elas", narrou o depoente.

"Então as portas não abriram. Quebraram os vidros do palácio de forma violenta e tentaram um Golpe de Estado", analisou Magno.

Próximas reuniões

A CPI dos atos antidemocráticos aprovou a convocação do Coronel Sandro Augusto de Sales Queiroz, que era comandante do batalhão de pronto emprego da Força Nacional de segurança pública à época dos ataques de 8/1.

Pelo calendário no dia 19 de outubro a CPI ouvirá o major Cláudio Mendes dos Santos e no dia 26 o coronel Reginaldo Leitão.

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