Polícia Federal rastreia bolsonarista Oswaldo Eustáquio na Espanha

 Investigadores identificaram que endereços de IP utilizados para lives de blogueiro em setembro eram do país europeu

Oswaldo Eustáquio chegou a dizer que estava no Paraguai por meio das redes sociais - Reprodução do Youtube

A Polícia Federal (PF) brasileira rastreou a localização do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio e de seus familiares na Espanha e avalia pedir uma cooperação internacional com o país europeu para cumprir o mandado de prisão contra ele determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em dezembro do ano passado. Em julho deste ano, o ministro também determinou a inclusão do nome de Oswaldo na difusão vermelha da Interpol, a lista da polícia internacional de pessoas procuradas pela Justiça. Apesar disso, o nome de Eustáquio não aparece no site da instituição.

“Em continuidade às ações na seara da cooperação policial internacional, identificamos que Oswaldo Eustáquio Filho, a quem foi expedido mandado de prisão temporária pelo Supremo Tribunal Federal, provavelmente encontra-se na Espanha. Neste contexto, e considerando a existência de tratado de extradição firmado entre a República Federativa do Brasil e o Reino da Espanha, promulgado pelo decreto nº 99340, de 22 de junho de 1990, tem-se que a eventual formulação de pedido de extradição direta ao governo da Espanha, pelo juízo competente, mostra-se potencialmente como alternativa viável à detenção do indivíduo, com posterior envio deste ao Brasil”, afirmou o delegado da PF e coordenador–geral de Cooperação Policial Internacional, Fábio Alceu Mertens, em ofício encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes no final de setembro. 

Os investigadores da Operação Lesa Pátria chegaram ao endereço após o Comitê Nacional para Refugiados do Paraguai negar, em 14 de setembro, asilo político a Eustáquio e outros quatro bolsonaristas que estavam no país vizinho. Do grupo, três foram detidos em uma operação da Interpol com a polícia paraguaia para cumprir os mandados expedidos pelo Brasil. Eustáquio, por sua vez, não foi localizado pelas autoridades locais, e seguiu afirmando que estava no país em lives que realizou nas redes sociais após a prisão dos bolsonaristas no Paraguai.  

A PF, então, solicitou à Meta, empresa dona do Facebook e Instagram, que informasse os endereços de IPs utilizados por Eustáquio nas lives. A empresa informou que, em pelo menos duas ocasiões no mês de setembro, os acessos do blogueiro ocorreram de equipamentos que estavam em cidades espanholas. Um acesso foi nas proximidades de Madri e outro na cidade de Castelló de la Plana, no interior do país. Além disso, ao analisar o conteúdo das lives, chamou atenção da Polícia Federal o fato de Oswaldo Eustaquio ter mostrado uma foto de sua família em seu aparelho celular para mostrar que os filhos estavam bem e pedir doações.  
 
Eram 22h22 no Brasil quando Oswaldo mostrou a fotografia na live. Ao mostrar seu celular no vídeo, porém, o aparelho registrava o horário de 3h21 da madrugada, uma diferença de cinco horas que corresponde exatamente à diferença de fuso entre Brasil e Espanha.

Familiares e PIX 

Além do rastreamento pelas redes sociais, os investigadores da PF checaram nos registros de entrada e saída do país que a esposa e os três filhos de blogueiro deixaram o Brasil pelo aeroporto de Brasília rumo a Madri em 20 de julho deste ano. Outro ponto que chamou a atenção foi que, já em março deste ano, após a polícia paraguaia não conseguir deter Eustáquio, pois ele aguardava a análise do pedido de asilo, foi registrada a saída de uma pessoa com o documento dele do país vizinho com destino à Argentina. Ao checar as fotos, porém, a PF constatou que não era Eustáquio. 

Somado a isso, a Polícia Federal também identificou que, após o ministro Alexandre de Moraes determinar em 19 de setembro o bloqueio da conta utilizada pela filha de Eustáquio para receber doações para o blogueiro via PIX, foram abertas outras duas contas em bancos digitais em nome da filha do bolsonarista e cadastradas chaves-pix para que ele siga recebendo doações. A PF identificou que ele cadastrou em uma das novas contas a mesma chave-pix que fora bloqueada por Moraes, além de ter cadastrado uma nova chave que ele também usa para pedir doações nos perfis que ainda administra nas redes sociais. 

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