TSE rebate acusações e fake news de Bolsonaro contra o sistema eleitoral e urnas eletrônicas

 Tribunal divulga 20 respostas contestando desinformações repetidas pelo presidente sobre a integridade da votação

Bolsonaro repetiu, em encontro com embaixadores, diversas fake news já desmentidas em outras ocasiões e promoveu ataques pessoais a ministros do Supremo Tribunal Federal

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) respondeu na noite desta segunda-feira (18) a 20 declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) questionando o sistema eleitoral brasileiro e as urnas eletrônicas. Bolsonaro repetiu, em encontro com embaixadores, diversas fake news já desmentidas em outras ocasiões e promoveu ataques pessoais a ministros do Supremo Tribunal Federal e a decisões tomadas pelo Judiciário.

Entre as acusações feitas por Bolsonaro, uma delas diz respeito a uma invasão no sistema do Tribunal. "Segundo o TSE, os hackers ficaram por oito meses dentro do computador do TSE, com código-fonte, senhas —muito à vontade dentro do TSE. E (a Polícia Federal) diz, ao longo do inquérito, que eles poderiam alterar nome de candidatos, tirar voto de um e mandar para o outro", disse o presidente.

Em resposta, o Tribunal reiterou que o “ataque realizado em 2018 não violou a segurança das urnas, colocou em risco sistema de votação ou desviou votos de uma urna para a outra”, ressaltando ainda que a “urna não pode ser manipulada via internet”.  

“Cabe reiterar que as urnas eletrônicas jamais entram em rede. Por não serem conectadas à internet, não são passíveis de acesso remoto, o que impede qualquer tipo de interferência externa no processo de votação e de apuração. Por essa razão, é possível afirmar, com margem de certeza, que a invasão investigada não teve qualquer impacto sobre o resultado das eleições”, já havia dito o TSE, em nota, em agosto de 2021. 

O delegado responsável pela investigação do ataque cibernético, Victor Neves Feitosa Campos, já havia dito em depoimento à Polícia Federal não ter encontrado indícios de que a ação pudesse ter resultado em algum tipo de manipulação de votos, fraude ou atingido a integridade das urnas eletrônicas. 

Urna não completa votos sozinha 

Bolsonaro também repetiu mais uma vez a circulação de fake news sobre urnas completariam os votos sozinhas. A desinformação é baseada em um vídeo que circulou em 2018, após a realização do primeiro turno das eleições, e que foi constatado ser falso. 

Avaliação de peritos em edição comprova que o vídeo é falso. Verificam-se cortes no filme, que confirmam que houve montagem. Além disso, no momento em que o primeiro número é apertado, o teclado da urna não aparece por completo, o que sugere que outra pessoa teria digitado o restante do voto. É possível, ainda, constatar, no programa de edição, o ruído de dois cliques simultâneos, o que reforça essa tese”, já postava o Tribunal em outubro daquele ano. “É importante enfatizar que não existe a possibilidade de a urna autocompletar o voto do eleitor, e isso pode ser comprovado pela auditoria de votação paralela.” 

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Minas Gerais publicou um vídeo explicando como foi feita a edição e a montagem. 

Totalização dos votos do sistema eletrônico 

No encontro, Bolsonaro apontou, como já havia feito em outras oportunidades, que a totalização dos votos das eleições seria feita pela Oracle. A empresa é responsável pela manutenção do equipamento físico que fica em uma sala-cofre do TSE, mas o Tribunal destaca que dados referentes às eleições são processados por um sistema interno da Corte. 

“O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) esclarece ser falsa a informação que circula em redes sociais afirmando que o supercomputador empregado para totalizar os votos na eleição, ou seja, que soma os votos enviados por todo o país, é um serviço de nuvem, e não um computador físico”, já havia respondido o Tribunal, em postagem feita em agosto de 2020. 

Após a finalização da votação nas seções, “os dados são assinados digitalmente, gravados em uma mídia de resultado destacando-se que o boletim de urna (BU) além de assinado é também criptografado”, como explica o site do TSE. “Depois as mídias de resultado são encaminhadas ao local próprio para transmissão. No caso das localidades de difícil acesso, como aldeias indígenas e certas comunidades ribeirinhas, a transmissão é feita via satélite para o respectivo Tribunal ou zona.” 

“Depois de receber os dados, os TREs dão início ao procedimento de totalização dos votos (soma de todos os boletins de urna) e, em seguida, à divulgação dos resultados”, conclui o Tribunal. 

Para conferir todas as respostas do TSE a Bolsonaro, acesse este fio no Twitter.

 

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